Título: PMDB lidera dispersão da base aliada
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/05/2012, Nacional, p. A11

Desde o início do ano, desabou o número de integrantes do grupo mais fiel ao governo

O Basômetro mostra que o PMDB foi o principal responsável pelo encolhimento do "núcleo duro" da base do governo na Câmara dos Deputados desde o início de 2012.

Até o final do ano passado, havia 67 parlamentares do partido no grupo mais governista, aquele que vota segundo a orientação do Palácio do Planalto em 90% das vezes ou mais.

Levando-se em conta apenas as votações deste ano, o número de peemedebistas no núcleo duro diminuiu para apenas quatro.

Pesa muito neste resultado o comportamento do PMDB na discussão do Código Florestal. Nas duas votações sobre o assunto realizadas no mês passado, até parte da bancada do PSDB se alinhou aos governistas. Já o PMDB votou em bloco contra a orientação do Planalto e alinhado à bancada ruralista.

O fenômeno da dispersão da base de apoio também afetou legendas como o PP, o PR e o PDT.

Já o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, permaneceu coeso e fiel aos interesses do Palácio do Planalto.

Os petistas no núcleo duro, que eram 82 em 2011, viraram 81 nas 17 votações nominais ocorridas neste ano - uma variação insignificante.

Estratégias. O quadro ao lado mostra o ranking dos partidos conforme a média da taxa de governismo de seus deputados, consideradas todas as votações ocorridas desde o início da atual legislatura.

Nos dois extremos aparecem o PT, com 97% de governismo, e o PSDB, com apenas 22%.

Chama a atenção a presença de quatro partidos "nanicos" (PTC, PRTB, PSL e PRB) entre os dez com maior taxa de apoio ao governo.

Somadas, essas quatro pequenas legendas têm apenas 13 deputados. Com baixo poder de barganha nas votações, elas não costumam usar a estratégia das "rebeliões" para obter benefícios do governo - pelo contrário, seu trunfo é o alto grau de fidelidade.

Legendas maiores, quando não têm seus pleitos atendidos, costumam mandar "recados" ao governo ao votar contra a orientação do Planalto. As demonstrações de insatisfação são seguidas, por vezes, pela liberação de recursos para emendas de parlamentares.