Título: Setores beneficiados por incentivos estão otimistas
Autor: Landim, Raquel; Chiara, Márcia de
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/05/2012, Economia, p. B4

Setores privados, agraciados por desonerações tributárias ou pela política cambial mais favorável, procuram manter o otimismo nas suas projeções setoriais para o ano.

Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletrônicos, beneficiados pelo corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para geladeiras, fogões e máquinas de lavar, projeta crescimento de 10% de vendas para a linha branca. Entre janeiro e março, o aumento anual superou essa marca. Mas em abril as vendas não foram boas e o crescimento ficou abaixo de 10%. "É prematuro fazer revisões. Vamos torcer para o resultado do Dias das Mães ser bom."

As vendas de papelão ondulado, um bom termômetro do ritmo de atividade, cresceram apenas 1,7% entre janeiro e abril em relação a igual período de 2011. O setor projeta 2,5% para o ano e Ricardo Trombini, presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (Abpo), diz que não pretende baixar a projeção.

"O segundo semestre normalmente é melhor e neste ano há medidas do governo para acelerar a produção", diz Trombini. Ele destaca a valorização do câmbio, o corte dos juros e a desoneração da folha de pagamentos.

"Não temos motivos para rever a projeção de crescimento do PIB da construção civil para baixo", diz o vice-presidente de economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan. O setor projeta alta do PIB da construção civil - que inclui as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o programa Minha Casa Minha Vida e outros empreendimentos residenciais - de 5,2% para este ano. Segundo Zaidan, indicadores antecedentes do setor no primeiro trimestre, como consumo de cimento e emprego, são positivos. "Por enquanto, nada indica retração."

Na indústria de máquinas, a projeção para 2012 não deve passar de 3%. César Prata, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), diz que o ritmo de produção e vendas continua fraco. Na sua opinião, algum impacto das medidas do governo deve ser sentido no segundo semestre.

O setor químico foi na contramão do restante da indústria e teve bons resultados no início do ano. Segundo Fátima Ferreira, diretora de economia da Associação Brasileira da Indústria Química(Abiquim), no primeiro trimestre a produção cresceu 12% em relação ao mesmo período do ano passado. / R.L. e M.C.