Título: Com Itaú bancos privados iniciam nova rodada de corte de juros
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/05/2012, Economia, p. B1

O Itaú puxa a fila de novas reduções de taxas de juros pelos bancos privados. A instituição baixou ontem o custo do financiamento em várias modalidades, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Entre elas, cheque especial, crédito pessoal, empréstimos consignados, cartão de crédito e capital de giro. O "Estado" apurou que os outros grandes do segmento - Bradesco e Santander - anunciarão novas quedas nos próximos dias.

Desde que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal iniciaram o processo, há pouco mais de um mês, os principais bancos privados implementaram apenas uma redução cada. Com a divulgação de ontem, o Itaú é o primeiro gigante de varejo a entrar na segunda rodada. A informação foi antecipada pelo presidente do banco, Roberto Setubal, ao Estado na quarta-feira.

"Temos um volume de crédito disponível para clientes pessoa física, micro e pequenas empresas que ultrapassa os R$ 200 bilhões e, alinhado à redução da taxa básica de juros (Selic), vamos continuar expandindo a oferta de crédito para acelerar e fortalecer o crescimento da economia", afirmou o executivo ontem, em nota.

Nas pessoas físicas, as taxas menores do Itaú valem para financiamento de veículos, crédito consignado para pensionistas e aposentados do INSS, crédito pessoal, cheque especial, e algumas operações na área de cartão de crédito. O Itaú informou que é preciso cumprir algumas condições para ter acesso ao custo mais baixo. A principal é possuir conta salário na instituição. Neste caso, a taxa mensal do cheque especial, por exemplo, sai de um intervalo entre 5,24% a 8,89% para 3,50% a 4,94%.

Nas pessoas jurídicas, foram contemplados alguns produtos para micro e pequenas empresas: cheque especial, capital de giro, desconto de cheques e duplicatas, antecipação de recebíveis de cartões e giro com garantia de recebíveis de cartões.

Nesta semana, os bancos privados tiveram de apagar um novo foco de crise com o governo. Em um documento no qual analisava as condições do mercado de crédito, o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, escreveu que a pressão do governo para ampliar a oferta de empréstimos no País poderia não ter êxito.

O problema é que ele escolheu uma metáfora que os próprios banqueiros consideraram infeliz. "Você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água", escreveu.

O Ministério da Fazenda e o Planalto não gostaram e os dois maiores bancos privados vieram a público para desfazer a confusão. Setubal e Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco, prometeram, então, diminuir novamente os juros nas instituições.

Mais carros. A Caixa Econômica Federal e o Panamericano lançaram ontem uma linha de crédito para financiamento de veículos novos com taxa mínima de 0,97% ao mês. O produto será oferecido a partir de hoje nas 800 concessionárias de veículos em todo o País que trabalham com esses bancos. A Caixa é sócia do Panamericano.

O cliente pode financiar até 70% do valor do veículo pelo prazo de até 60 meses, segundo comunicado enviado à imprensa. "O diferencial (da nova linha) é a redução significativa das taxas de juros normalmente praticadas no mercado e um valor de entrada menor que o habitual."

O processo de análise do crédito para aprovação do cliente é simples e o atendimento será feito na própria concessionária. A promoção é válida para clientes e não clientes do Panamericano e da Caixa enquanto durar o estoque das revendas.