Título: Governo quer modificar Lei das Licitações
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2012, Economia, p. B5

O governo federal quer o apoio dos prefeitos para aprovação na Câmara dos Deputados dos projetos que modificam a Lei de Licitações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a cobrança de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS) no comércio eletrônico (e-commerce).

O primeiro projeto amplia para o PAC o uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), utilizado hoje nas obras da Copa do Mundo e da Olimpíada no Rio.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que esse sistema, já utilizado nos aeroportos, reduziu para um terço o tempo das licitações e gerou economia de 15%.

"Se há condições de fazer mais rapidamente e com preço menor, porque não estender para o PAC também? A legislação tem de acompanhar a realidade. O TCU (Tribunal de Contas da União) aprova essa iniciativa, considera que ela é boa. Não tem risco adicional. Pelo contrário, reduz a possibilidade de conluio entre os participantes", afirmou Miriam, após evento da Marcha dos Prefeitos, em Brasília.

Arrecadação. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu apoio a essa proposta para acelerar as obras do PAC. Disse ainda que a mudança no ICMS contribuirá para melhorar a distribuição da arrecadação.

Essas duas propostas foram apresentadas por Ideli como alternativa ao projeto de redistribuição dos royalties do petróleo, tema que foi abordado pelos prefeitos na terça-feira, no mesmo evento, e rendeu vaias à presidente Dilma Rousseff.

A ministra Ideli, por outro lado, foi aplaudida ontem ao tratar dessas questões. "Pelos aplausos, posso sair daqui contente e satisfeita, porque vamos fazer uma parceria nesses assuntos e trabalhar no Congresso Nacional." Muitos prefeitos propõem que a nova forma de divisão de royalties, em discussão no Congresso, deve valer tanto para as áreas que ainda serão exploradas quanto para os campos em produção.

A presidente sugeriu que eles brigassem "de hoje para frente", e não pelo que já foi licitado e dividido. Ideli afirmou que essa questão pode passar pelo Congresso, mas ser contestada na Justiça. / E.C.