Título: Mutirão cobra do STF julgamento do mensalão
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/05/2012, Nacional, p. A6

Manifestações ocorreram ontem em várias cidades brasileiras para recolher assinaturas pelo início da análise do processo no Supremo

O Estado de S.Paulo

O mutirão para recolher assinaturas pelo julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) mobilizou manifestantes em várias cidades brasileiras ontem. Segundo um dos fundadores do Movimento 31 de Julho, o engenheiro e empresário Marcelo Medeiros, cerca de 15 mil assinaturas foram coletadas em pelo menos nove cidades do País, sendo sete capitais.

No Rio, o 31 de Julho se reuniu em frente ao Posto 9, na Praia de Ipanema, e, de acordo com Medeiros, foram recolhidas no local cerca de 1.200 assinaturas. "Gostaria que fossem 1 milhão. Teria um peso maior. Mas não desapontou. A repercussão mostra que foi um ato de cidadania muito forte." Até a tarde de ontem, 19.323 pessoas tinham aderido à petição colocada na internet.

O grupo criticou o ex-ministro petista José Dirceu e cobrou do governador Sérgio Cabral (PMDB) explicações sobre "quem pagou a farra parisiense", em referência à viagem de Cabral à capital francesa e sobre o que chamaram de "irmandade" do governador com o empresário Fernando Cavendish - dono da Delta, suspeita de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Em São Paulo, a coleta, encabeçada pelo movimento Revoltados ON LINE, mobilizou cinco ativistas em busca de assinaturas na Avenida Paulista. Os organizadores pretendiam colher as firmas no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), mas decidiram percorrer a avenida porque no local funcionava uma feira de antiguidades.

Segundo Marcello Rios, integrante do movimento, das 9h30 às 11h30, tempo que durou a coleta, 1.373 pessoas firmaram o documento que pede celeridade no julgamento do mensalão. Os organizadores esperavam colher 500 assinaturas. "A mobilização superou as expectativas. Não teve nenhuma pessoa que recusou. Falou de julgar o mensalão, todo mundo quer assinar o papel", contou Rios.