Título: Investidor busca barganhas e Bolsa tem maior alta em 7 meses
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Fonte: O Estado de São Paulo, 22/05/2012, Economia, p. B6

Ibovespa sobe 3,81% e tem a maior valorização desde 10 de outubro; já o dólar manteve trajetória de alta e fechou com valorização de 1,09%, a R$ 2,042, maior valor desde 18 de maio de 2009

Com a trégua nos mercados globais, investidores aproveitaram o forte tombo recente para sair em busca de "barganhas", o que levou a Bovespa à maior alta diária em mais de sete meses ontem, após líderes das maiores economias globais se comprometerem a apoiar o crescimento da zona do euro.

O Ibovespa fechou em alta de 3,81%, a 56.590 pontos. Foi a maior valorização diária desde 10 de outubro, quando subiu 3,96%. O giro financeiro foi de R$ 10,55 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, no valor de R$ 2,99 bilhões.

"Investidores saíram em busca de barganhas, de ativos que ficaram baratos depois das fortes quedas das últimas sessões, com destaque para o movimento dos papéis da Petrobrás", afirmou Luis Gustavo Pereira, estrategista na Futura Corretora. A preferencial da companhia disparou 7,28%, a R$ 21,22, a segunda maior alta do Ibovespa.

O apetite por risco voltou aos mercados depois de os líderes do G-8 (o grupo dos sete países mais ricos, mais a Rússia), que se reuniram no fim de semana, mostrarem apoio à permanência da Grécia na zona do euro e prometerem adotar medidas para revigorar o bloco.

A reunião dos ministros de Finanças da França e da Alemanha ontem, que antecede a reunião dos dirigentes do bloco europeu, também trouxe certo alívio aos mercados, segundo operadores, com a expectativa de que sejam definidas medidas para estimular a região.

Investidores também repercutiram as declarações do premiê chinês no fim de semana, que indicaram a possibilidade de novos estímulos econômicos após os dados fracos do primeiro trimestre.

Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,09%. Mais cedo, o principal índice de ações europeu, o FTSE Eurofirst 300, teve valorização de 0,49%.

Câmbio. O comportamento do mercado doméstico de câmbio descolou-se do exterior ontem. Enquanto lá fora os investidores experimentaram um momento de alívio na aversão ao risco, que beneficiou a maioria das moedas em detrimento do dólar, o real continuou em trajetória de queda.

A pressão partiu do mercado de derivativos, e a percepção dos operadores é de que continua o movimento de zeragem detonado depois que o dólar atingiu a marca de R$ 2.

No mercado à vista de balcão, a moeda americana fechou cotada a R$ 2,042, com alta de 1,09%. É o maior valor desde 18 de maio de 2009, quando a moeda ficou em R$ 2,0760. / AE e REUTERS