Título: Manter emprego para a classe C preocupa governo
Autor: Ribeiro, Bianca
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/05/2012, Economia, p. B5

A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) estuda programas que assegurem aos participantes da nova classe média que continuem a fazer parte dessa classe social mesmo em uma situação de riscos que podem surgir com o agravamento da crise econômica. Dentre as preocupações do governo federal, está a ampliação de relações mais estáveis de trabalho formal.

De acordo com o Secretário de Ações Estratégicas, Ricardo Paes de Barros, o governo quer evitar que os trabalhadores mudem de emprego com tanta frequência em busca de salários e condições melhores de trabalho e possam construir uma relação de longo prazo com seus empregadores. Para isso, uma das propostas em estudo envolveria investimento do governo na capacitação dos empregados que permaneçam na mesma empresa.

"Hoje, a rotatividade no emprego é muito grande. Se antes o grande sonho era ter um emprego formal, agora a meta é ter um emprego formal estável", disse o secretário, reforçando que o interesse do governo é tornar mais interessante ao trabalhador a permanência no trabalho.

Uma das ideias avaliadas é um sistema de cupom anual, em que o trabalhador ganharia uma qualificação para cada ano de permanência. Com isso, a expectativa é de que o empregado desenvolva um plano de carreira na própria empresa sem precisar se deslocar em busca de melhores ofertas. O governo pagaria essa qualificação, visando a um aumento de produtividade das empresas.

Divisão. O governo federal fatiou a nova classe média em três subclasses definidas pela renda familiar mensal per capita. Agora, a categoria classe média é formada por baixa classe média, com renda entre R$ 292 e R$ 441, seguida de uma média classe média, formada por uma renda per capta de R$ 442 a R$ 641, e por uma alta classe média, com renda entre R$ 642 e R$ 1.019.

Com essa nova configuração, o governo também estima que, neste ano, a chamada classe média é representada por 54% da população. Em 2001, essa fatia estava quantificada em 37% do total.

De acordo com a SAE, a classe alta também foi subdividida em duas categorias: a baixa classe alta, com renda entre R$ 1.020 e R$ 2.480, e a alta classe alta, acima desse valor.

Na classe pobre, os limites também mudaram. São considerados extremamente pobres aqueles com renda de até R$ 81. Os pobres, mas não extremamente pobres, têm renda entre R$ 82 e R$ 162.