Título: BC cria diretoria e Copom passa a ter 8 integrantes
Autor: Nakagawa, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2012, Economia, p. B8

O rumo do juro básico da economia voltará a ser decidido por oito pessoas. Ontem, o Banco Central anunciou a criação da nova diretoria de Assuntos Especiais. Com a decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixa de ter número ímpar. Até agora, o colegiado era formado por seis diretores e pelo presidente Alexandre Tombini.

Com um número par de votos, o empate pode voltar a acontecer. Em caso de um placar de quatro a quatro, o regulamento do comitê prevê que o presidente do BC tem o poder de decidir com o uso do chamado "voto de qualidade". Até hoje, essa prerrogativa nunca foi usada.

A nova diretoria de Assuntos Especiais terá como objetivo centralizar e coordenar as ações de relacionamento da instituição com a sociedade.

Entre as responsabilidades estão a comunicação interna e externa da casa, atendimento de demandas relativas à Lei de Acesso à Informação e educação financeira, entre outros assuntos. Atualmente, tais atividades estão em áreas distintas.

Luiz Edson Feltrim, atual secretário executivo do BC, foi o indicado por Tombini para a nova diretoria. O nome foi encaminhado para a presidente Dilma Rousseff. Se aprovado, Feltrim terá de ser submetido à aprovação do Senado.

O indicado é formado em matemática e foi chefe do departamento de organização do sistema financeiro por 12 anos, até assumir a função de secretário executivo do BC em maio de 2011.

A indicação reforça o perfil "de carreira" do Banco Central. Se aprovado, Feltrim será o sexto diretor que é funcionário da casa. Assim como Tombini, Anthero Meirelles, Altamir Lopes, Carlos Hamilton Araújo e Sidnei Correa Marques, o matemático veio da própria instituição.

Os dois únicos diretores atuais que não eram do BC são Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira. Mendes fez carreira no Banco do Brasil e Awazu passou pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, além do Banco Mundial.