Título: Portugal vai injetar 6,6 bi em três bancos
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/06/2012, Economia, p. B10

O governo de Portugal informou que vai injetar até 6,65 bilhões em três dos maiores bancos portugueses, numa tentativa de fortalecer o setor bancário, que vem enfrentando crescentes perdas com empréstimos desde que o país foi socorrido por credores internacionais um ano atrás.

Em um documento enviado ao órgão regulador português, o Ministério de Finanças informou que vai injetar 1,65 bilhão no banco estatal Caixa Geral de Depósitos, até 3,5 bilhões no Banco Comercial Português (BCP) e 1,5 bilhão no Banco BPI.

A maior parte do dinheiro para a recapitalização, cerca de 5 bilhões, sairá da Linha de Suporte para Solvência Bancária, um mecanismo de resgate criado como parte do pacote de socorro internacional de 78 bilhões recebido por Portugal.

O governo receberá bônus conversíveis de contingência em troca das injeções no BCP e no BPI, segundo informações dos dois bancos. Posteriormente, o BCP planeja um aumento de capital de 500 milhões, enquanto o BPI pretende levantar 200 milhões.

Aprovação. Ontem também foi anunciado a aprovação de Portugal na quarta revisão trimestral do programa de resgate da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) - a troica.

O anúncio foi feito em coletiva pelo ministro de Finanças do país, Vitor Gaspar, dizendo que o país se compromete com as metas do pacto apesar dos riscos, que incluem o aumento do desemprego. "Há riscos internos e externos consideráveis", disse Gaspar. "A única certeza que temos é que precisamos nos focar em atingir as metas do programa."

Gaspar afirmou que todas as metas sob a revisão foram atingidas e que alcançar o objetivo de déficit orçamentário de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano é "viável", apesar dos riscos à economia em recessão. Ele disse ainda que a estimativa dívida/PIB para os próximos anos havia sido elevada em 3 pontos porcentuais, para 118%

A aprovação nas contas portuguesas abre caminho para que o país receba mais 4,1 bilhões da troica, que esteve no país para fazer a avaliação entre 22 de maio e ontem.

"As autoridades (portuguesas) estão implementando as políticas de reforma amplamente como planejado e o ajuste externo está progredindo mais rapidamente do que o esperado", disse a troica, embora tenha alertado que o desemprego crescente "emergiu como uma preocupação urgente".

A troica também afirmou que a produção econômica de Portugal neste ano poderá ser melhor do que o previsto.

O ministro português também destacou que o sistema financeiro português está mais forte do que há um ano e que os bancos serão as instituições mais capitalizadas da Europa em seguida à injeção de capital. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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