Título: Lagarde defende socorro aos bancos europeus
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/06/2012, Economia, p. B8

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu ontem o socorro direto dos fundos europeus aos bancos da região em risco de quebra. Christine Lagarde, diretora-gerente da instituição, afirmou serem necessários "passos decisivos" dos líderes da Europa para superar a crise da dívida soberana e recomendou a adoção de uma política monetária acomodatícia pelo Banco Central Europeu e de medidas fiscais pró-crescimento econômico pelos países em condições de seguir por essa via.

Suas declarações, durante uma palestra sobre a Conferência Rio+20, antecipam as posições a serem defendidas pela própria Lagarde durante a reunião de Cúpula do G-20. Esse encontro acontecerá em Los Cabos, no México, nos próximos dias 18 e 19.

Conforme alertou Lagarde, passados quatro anos da crise iniciada em 2008, o mundo não saiu do "atoleiro" e grandes incertezas ainda pairam. As tensões estão aumentando novamente enquanto os riscos para a estabilidade financeira voltam ao centro das preocupações. Em ocasiões anteriores, Lagarde já advertira sobre a ameaça da crise da dívida e dos bancos da zona do euro descarrilar a frágil recuperação da economia mundial. Países em desenvolvimento em condições fiscais melhores devem se preparar para usar esses recursos se as condições se deteriorarem, alertou a diretora-gerente.

A recapitalização direta dos bancos pelos fundos comuns da Europa, para ela, será essencial "para evitar o círculo vicioso" da crise da dívida soberana contaminando os bancos, e da crise dos bancos contaminando a capacidade de os Estados nacionais enfrentarem suas dívidas. No sábado passado, o governo da Espanha teve acesso a 100 bilhões de fundos europeus para socorrer os bancos do país.

Lagarde claramente se opõe a esse modelo intermediado, defendido especialmente pela Alemanha. "Nós advogamos o vínculo direto entre esses recursos comuns (os fundos europeus) e os bancos", afirmou.

Ao apresentar uma visão mais ampla da situação da economia mundial, Lagarde afirmou haver risco de tripla crise - de queda de renda, de dano ambiental e de agitação social. As duas últimas, alertou, podem tornar impossível o diálogo entre os líderes mundiais sobre como promover o crescimento sustentável no futuro.

A saída, para ela, está na adoção de políticas mais sustentáveis. Os ricos, afirmou ela, devem diminuir sua ambição por lucros maiores enquanto 200 milhões de pessoas, entre as quais 75 milhões de jovens, estão desempregadas.

"Nós precisamos de uma estratégia que seja boa para a estabilidade e boa para o crescimento econômico, por meio da qual a estabilidade conduza ao crescimento, e o crescimento facilite a estabilidade", afirmou.

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