Título: Mundo crescerá no ritmo mais lento desde a crise
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/06/2012, Economia, p. B8

A economia global crescerá 2,5% este ano, abaixo da expansão de 2,7% registrada no ano passado, segundo projeção divulgada ontem pelo Banco Mundial (Bird). Se a expectativa se confirmar, será o ritmo mais lento de recuperação da economia global desde o início da crise.

Na avaliação da instituição, a crise nos países desenvolvidos está pesando sobre as economias emergentes, que vinham impulsionando o crescimento econômico do mundo nos últimos anos.

Segundo o Banco Mundial, a economia da zona do euro registrará contração de 0,3% em 2012, enquanto os países em desenvolvimento terão crescimento acumulado de 5,3% no ano. No ano passado, as economias emergentes cresceram 6,1%; em 2010, a expansão dos países em desenvolvimento foi de 7,4%.

Emergentes. O Banco Mundial recomenda aos países emergentes que adotem estratégias de desenvolvimento de médio prazo para se prepararem para um longo período de volatilidade econômica global, assim como para momentos mais difíceis. "Os mercados globais de capitais e o sentimento dos investidores provavelmente permanecerão voláteis no médio prazo, dificultando a adoção de medidas de política econômica", avalia Hans Timmer, diretor de projeções de desenvolvimento do Banco Mundial. "Nesse ambiente, os países emergentes devem concentrar-se em reformas que melhorem a produtividade e os investimentos em infraestrutura em vez de reagirem a variações cotidianas no ambiente internacional", prossegue.

De acordo com o Bird, o ressurgimento das tensões na Europa corroeu os ganhos obtidos nos mercados financeiros durante os primeiros quatro meses do ano, quando houve recuperação da atividade econômica tanto nos países emergentes quanto nas nações desenvolvidas e diminuição da aversão ao risco por parte dos investidores.

O Bird observa que a turbulência disseminou-se pelos mercados a partir de 1.º de maio. Desde o início do mês passado, os mercados de ações caíram mais de 7% tanto nos países em desenvolvimento quanto nos industrializados. Isso significa dois terços dos ganhos nesses mercados nos quatro meses anteriores.

Simultaneamente, os preços da maioria das commodities industriais estão em queda. O petróleo e o cobre caíram 19% e 14%, respectivamente. Já as moedas dos países em desenvolvimento perderam valor ante o dólar enquanto os investidores buscam abrigo em ativos considerados mais seguros, como títulos da dívida dos EUA e da Alemanha. / DOW JONES NEWSWIRES