Título: UE diz que não fugirá de compromissos
Autor: Escobar, Herton
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/06/2012, Vida, p. A22

Negociadores europeus afirmaram que se esforçarão para "colocar dinheiro na mesa" dos países realmente pobres

Negociadores da União Europeia afirmaram que o grupo não fugirá de compromissos assumidos na Eco-92, em especial no princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Eles disseram que se esforçarão para atingir até 2015 repasses para a cooperação internacional da ordem de 0,7% do PIB, mas que esses investimentos devem ser concentrados em países realmente pobres.

Foi uma resposta aos dilemas dos últimos dias, em que o grupo do G-77 +China bloqueou as negociações em torno da economia verde enquanto os países ricos não se comprometessem com a transferência de dinheiro para a promoção do desenvolvimento sustentável nas nações pobres. O G-77 propôs um compromisso de repasse de mais US$ 30 bilhões; os demais países recusam a proposta.

Janez Potocnik, comissário europeu para o meio ambiente, disse, ao chegar ao Rio, que a cifra atual é de 0,42% do PIB do bloco. Nenhuma dessas nações chegou ao patamar prometido na Eco-92, de 0,7% do PIB dos países ricos. "Queremos pôr dinheiro na mesa, mesmo que estejamos lutando para sobreviver em termos econômicos na Europa. É algo em que temos responsabilidade com o resto do mundo."

A proposta da UE é de que a Rio+20 resulte em objetivos e metas concretos de ação, em relação, por exemplo, aos objetos do desenvolvimento sustentável. O líder dos negociadores europeus, Timo Makela, diz que isso é necessário para alcançar mais investimentos do setor privado. "Temos de ser capazes de acertar que vamos usar todos os esforços para mobilizar recursos, engajar instituições financeiras, companhias a investir mais em desenvolvimento sustentável. Por isso, decisões políticas são importantes e precisamos de objetivos e metas. Os investidores têm nos dito que os líderes precisam lhes dizer para onde ir." Potocnik disse esperar que a conferência aponte para novos modos de produção e consumo. "Fizemos coisas erradas e queremos passar a mensagem de que queremos mudar, por meio de objetivos e metas."