Título: Governo quer acelerar estímulo a investimento
Autor: Torres, Sérgio ; Junqueira, Alfredo
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2012, Economia, p. B4

Medidas para estimular investimentos são "prioridade zero" no governo, disse ontem a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloísa Menezes. A estratégia para conseguir esse objetivo passa por três pontos de atuação: aumento das compras governamentais de produtos nacionais, aceleração dos projetos de execução de obras dos ministérios e ampliação dos recursos com queda da taxa de juros para financiamentos.

Segundo ela, as compras públicas já previstas no Orçamento da União serão preferencialmente da indústria nacional em setores com alto poder de dinamização da economia e baixa necessidade de investimentos adicionais no curto prazo. Heloísa citou as compras nas áreas de saúde e defesa. "Não estamos falando de gasto adicional, mas usar o orçamento já existente dos órgãos públicos e direcionar para aquisições preferencialmente para o mercado nacional quando há produção nacional."

Heloísa disse que Dilma Rousseff pediu também a execução dos orçamentos previstos pelos ministérios no cronograma. Na semana passada, a presidente fez várias reuniões com ministérios com projetos atrasados e cobrou um "choque de gestão". Ela tem pressa e quer que as obras deslanchem neste mês.

Em relação ao crédito, a secretária disse que embora já tenham sido anunciadas medidas que melhoram as condições dos financiamentos, novos estímulos aos investimentos por meio dos bancos públicos não estão descartados. "O BNDES e outros bancos continuam analisando as possibilidades. É uma atenção permanente o estudo de novos programas. Não está descartado. Cada um tem de usar a criatividade para avançar nos nossos programas", afirmou.

Segundo Heloísa, o governo estuda medidas de estímulo ao setor químico. Serão focados os segmentos da cadeia que possam estimular os investimentos e a inovação tecnológica. "Não estamos falando de estímulo para atividade de exploração e produção, mas para as cadeias na sequência. São as indústrias que utilizam derivados para produzir produtos químicos, como reagentes e outras matérias-primas, usados na cadeia para fazer plásticos e filmes. A gente está falando de uma cadeia mais da refinaria para fora."

O governo vem revisando todos os regimes tributários especiais e, se preciso, criará outros a exemplo do que foi anunciado para o setor automotivo e trabalha para fechar este mês a regulamentação do novo regime automotivo, que vai vigorar em janeiro. Heloísa disse também que seguem os estudos para um pacote de estímulos às autopeças, como antecipou o Estado em abril. O Sindipeças (representa as empresas), não se pronunciou.