Título: Índice que reajusta aluguel confirma tendência de queda
Autor: Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/06/2012, Economia, p. B3

IPCA caiu de 1% na segunda prévia de maio para 0,63% na prévia equivalente em junho, de acordo com a FGV

DANIELA AMORIM / RIO - O Estado de S.Paulo

A segunda prévia de junho da inflação do aluguel, medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), confirmou a tendência de desaceleração percebida na primeira leitura do mês. A taxa ficou em 0,63%, após alta de 1% na mesma prévia de maio, informou a Fundação Getúlio Vargas.

O freio no preço da soja contribuiu para uma redução na variação de preços do atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo caiu praticamente pela metade (0,65% em junho, após 1,24% em maio). A desaceleração só não foi maior porque ainda houve impacto da desvalorização cambial, principalmente sobre os bens intermediários.

"Os bens intermediários ainda têm um resíduo do câmbio. Não temos novas ondas de desvalorização cambial, mas ainda há um desnível em relação ao patamar do dólar no mês anterior", disse Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV.

O minério de ferro subiu mais em junho (de 2,87% para 3,59% no período), puxado por pressões cambiais. Já a soja, embora seja cotada em dólar, reflete a queda dos preços no mercado internacional. Após um período de altas expressivas, o grão reduziu o aumento de 9,45% em maio para 2,64% em junho. Como resultado, as matérias-primas brutas agropecuárias não tiveram oscilação. "A soja dá um alívio tremendo (à inflação)", apontou Quadros.

Redução do IPI. Na direção oposta, o automóvel novo ficou mais barato, tanto no atacado (-2,59%) quanto ao consumidor (-3,88%). O movimento foi reflexo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada pelo governo, mas também de descontos dados por fabricantes. Em consequência, os automóveis usados também caíram de preço (-2,10%).

Dentro da prévia do IGP-M, a inflação ao consumidor subiu 0,14%, enquanto a da construção acelerou a 1,58%, graças a reajustes salariais concedidos aos trabalhadores do setor, principalmente em São Paulo.