Título: Cliente pode ter ido do fundo para a caderneta
Autor: Nakagawa, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2012, Economia, p. B3

As pesadas taxas de administração cobradas pelos fundos de investimento tornaram as aplicações em poupança mais atraentes, apesar das mudanças recentes que levaram a uma redução do rendimento das novas cadernetas em relação aos ganhos proporcionados pelas antigas contas dessa aplicação financeira.

Essa é uma das hipóteses aventadas por consultores especializados em finanças pessoais para explicar a captação líquida exuberante da caderneta em junho. Nas contas feitas pelo administrador de investimentos Fabio Colombo, um investidor que aplicou R$ 1 mil no dia 1.º de junho na nova caderneta de poupança tinha um saldo de R$ 1.004,83 no dia 1.º deste mês. O ganho líquido foi de R$ 4,83.

Se esse mesmo investidor tivesse aplicado R$ 1 mil no fundo de investimento (DI), com taxa de administração de 2%, o saldo no fim do mesmo período seria de R$ 1.004,34. No caso de um fundo com taxa de 2,5%, o saldo seria de R$ 1.004,11. O cálculo levou em conta uma média da indústria de fundos, que considera títulos públicos e privados.

"Em números absolutos, a diferença de rendimento é muito pequena", diz Colombo. No entanto, observa, em termos porcentuais, a diferença entre os rendimentos é significativa. No exemplo avaliado, o rendimento da nova caderneta de poupança supera em 11,2% o resultado líquido do fundo de investimento que cobra 2% de taxa de administração. Em relação ao fundo com taxa de administração de 2,5%, o rendimento da poupança é 17,5% maior. "Essa pode ser uma possível explicação para o aumento da captação da poupança", diz o administrador.

André Massaro, especialista em finanças pessoais, acredita que, diante da mudança do cenário econômico, o brasileiro pode ter ficado mais cauteloso e ampliado as reservas na poupança.