Título: Governador fala em tribunal de exceção
Autor: Mendes, Valnndo; Brito, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/07/2012, Nacional, p. A4

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), criticou ontem a possibilidade de ser novamente chamado à comissão. "Um grupo na CPI trata de transformá-la em tribunal de exceção com um só alvo: o governador de Goiás, por ser adversário do PT."

Em nota divulgada ontem por sua assessoria, o governador afirma que "em vez de buscar esclarecer em profundidade as relações da Delta com os governos federal, estaduais e municipais, CPI e reportagens continuam batendo na mesma tecla da venda da casa do governador, já exaustivamente explicada e bem entendida pelas pessoas de boa fé".

A nota nega relação entre a compensação dos cheques que recebeu pela venda de uma casa à liberação de ordens de pagamento atrasadas à Delta.

O governo goiano afirma que os pagamentos do Estado se referem a um contrato de locação de veículos. Em 2009, a Delta venceu licitação para fornecimento de carros alugados ao governo. À época, Goiás era governada por Alcides Rodrigues (PP), eleito com apoio de Perillo.

O tucano nega participação da Delta ou de Carlinhos Cachoeira na negociação da casa. Alega que o negócio foi feito exclusivamente com o ex-vereador Wladmir Garcêz (PSDB), preso na Operação Monte Carlo sob suspeita de ser um dos principais aliados de Cachoeira. No fim de fevereiro, o contraventor foi preso pela PF na casa vendida por Perillo, onde estava morando.

Os três cheques depositados na conta do governador eram da empresa Excitant Confecções, de propriedade de uma ex-cunhada de Cachoeira e, à época, administrada pelo sobrinho dele, Leonardo Almeida Ramos. O tucano diz não saber de quem eram os cheques. / P. P., ESPECIAL PARA O ESTADO