Título: Contraventor fica calado em nova sessão
Autor: Fabrini, Fábio
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2012, Nacional, p. A17

Depois de romper com o escritório de advocacia do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, chegou algemado e sem terno para a audiência de instrução do processo da Operação Saint Michel, que investiga a tentativa de fraude no sistema de bilhetagem do transporte público do Distrito Federal. De malha azul e calça, Cachoeira permaneceu calado durante toda a sessão.

Ele também não contou com o apoio da companheira, Andressa Mendonça, e nem de seus familiares. Por ordem judicial, Andressa está proibida de se aproximar de Cachoeira ou de qualquer um dos réus.

Com a saída do ex-ministro da Justiça do caso, Cachoeira tem prazo de dez dias para constituir nova defesa. Rafael Turcherman, advogado do escritório de Bastos, acompanhou a audiência, mas não falou com a imprensa.

Cachoeira não foi ouvido ontem. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) remarcou para 29 de agosto o depoimento dos réus da Operação Saint Michel. A defesa dos acusados alegou que duas testemunhas ainda não foram ouvidas na ação que investiga fraudes no sistema de bilhetagem do transporte público de Brasília.

Único réu a depor, Gleyb Ferreira falou que era apenas funcionário de Cachoeira e que trabalhava para tornar viáveis negócios das empresas do grupo com governos e outros empresários. Os advogados de Gleyb pediram que a magistrada convertesse a prisão preventiva em medida cautelar. A defesa alega que a licitação para a bilhetagem nem sequer ocorreu. Já a defesa de Heraldo Puccini pediu que o decreto de prisão fosse revogado.