Título: Setores têm perspectivas distintas
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/08/2012, Economia, p. B6

Empresas que reduziram seus estoques para níveis considerados normais têm avaliações distintas em relação à produção nos próximos meses. A Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira vê seus clientes se retraírem cada vez mais diante da entrada "indiscriminada" de roupa pronta importada no varejo. Já a Sony Brasil planeja vender 30% mais TVs, aparelhos de som e notebooks no Natal.

"Nosso mercado tem uma sazonalidade muito forte, com pico entre setembro e outubro. Já era para estarmos num momento de subida", diz Marco Antonio Branquinho, diretor de Gestão e RH da Cedro e Cachoeira.

As medidas de incentivo anunciadas pelo governo brasileiro ainda não tiveram efeitos práticos, segundo o executivo. A desoneração da folha de pagamento, por exemplo, entrou em vigor no último dia 1º. O câmbio atual, de R$ 2 por dólar, representa um avanço, mas "a desvantagem em relação ao câmbio da moeda chinesa ainda é muito grande."

No caso da Sony, sobra otimismo. "Tenho falado constantemente com varejistas e a expectativa deles é de um crescimento entre 5% e 10% no segundo semestre", conta Ricardo Junqueira, diretor de Vendas da Sony. "Vamos crescer mais porque estamos trabalhando para ganhar fatias de mercado", afirma.

No segmento de áudio, as vendas acumulam crescimento de 80% este ano em relação a igual período de 2011. Nos games, a alta chega a 100%.

No Grupo Orsa, fabricante de celulose, papel e embalagens de papelão ondulado - setor que é uma espécie de termômetro do ritmo de atividade - as encomendas têm crescido mês a mês, segundo Sérgio Amoroso, presidente do grupo. "Não vemos nada espetacular, mas está melhorando consistentemente." / M.R.