Título: Tião, aos 89, quer reassumir Aguaí
Autor: Gallo, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2012, Nacional, p. A10

No interior de SP, o candidato mais velho do País

Caso seja eleito prefeito de Aguaí (SP), Sebastião Biazzo (PMDB), ou Tião, completará, no cargo, os seus 90 anos. Ele é o candidato a prefeito mais velho do País e disputa sua décima eleição. Seu candidato a vice, Adalberto Fassina, é bem mais novo. Tem 76 anos. Na cidade de 32 mil habitantes, em sua primeira vez como prefeito - exerceu o cargo em 1960, 1969, 1983, 1993 e 2005 - , Biazzo tinha 37 anos e foi candidato único, pelo PTB, de Getúlio Vargas, de quem era admirador. Depois filiou-se ao MDB, que virou PMDB.

Antes de entrar para a política, porém, Tião começou a adquirir terras, sendo hoje um dos maiores proprietários da região, com R$ 6 milhões em bens.

Embora não tenha conseguido se reeleger em 2008, a última coisa que o preocupa é o preconceito com a idade. "Uma pessoa permanece jovem quando é capaz de aprender, adquirir novos hábitos e tolerar contradições."

Extremos. Setenta e nove anos separam os candidatos a prefeito mais novo e mais velho no pleito de outubro. Elvson Teixeira de Melo (PSDB) tem 20 anos e é de Traipu (AL). Sobrinho do presidente municipal do partido na cidade de pouco mais de 25 mil habitantes, Elvson terminou o ensino médio e não tem planos para cursar o superior. Seu vice, Afonso Luiz, tem 33 anos.

Histórico. Nas últimas eleições municipais, Faina (GO) elegeu o prefeito mais novo do País. Caio Vellasco de Castro Curado tinha 20 anos em outubro de 2008, e só pôde assumir o mandato porque completou 21 anos, idade mínima exigida pela Constituição, em 25 de dezembro daquele ano - antes de tomar posse, em 1.º de janeiro.

Já o prefeito com mais idade eleito em 2008 tinha 90 anos. Susumo Itimura, do PSDB, assumiu a prefeitura de Uraí (PR). Dos 783 candidatos com idade superior a 65 anos, 205 foram eleitos. A legislação fixa idade mínima como condição de elegibilidade, mas não idade máxima para um cidadão ser candidato e, caso seja eleito, tomar posse. / DÉBORA ÁLVARES