Título: Graça diz que busca reajuste dos preços
Autor: Valle, Sabrina ; Torres, Sérgio
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2012, Economia, p. B3

Presidente da Petrobrás diz que tem "comprometimento com alinhamento dos preços" e que trabalha para recuperar a rentabilidade da companhia

Em pronunciamento divulgado no balanço e dirigido a acionistas e investidores, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, afirma que está "trabalhando para recuperar" a rentabilidade da companhia e que desde que assumiu o cargo, há cinco meses, tem reiterado "o comprometimento com a paridade internacional de preços".

Ela creditou o prejuízo recorde à "conjunção dos seguintes fatores: expressiva depreciação do real frente ao dólar, despesas extraordinárias com poços secos, cujas perfurações foram realizadas principalmente entre 2009 e 2012, menor exportação de petróleo fruto da menor produção devido às paradas programadas com vistas ao aumento da eficiência e segurança operacional, além do desalinhamento de preços dos derivados vendidos no mercado brasileiro em relação aos parâmetros internacionais".

No texto, a presidente sustenta que a Petrobrás continua "trabalhando para a recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos (litoral norte do Estado do Rio e sul do Espírito Santo) e para a otimização de custos operacionais, dois vetores essenciais para a melhora dos nossos resultados".

Graça encerra o pronunciamento assegurando ter "sólida convicção na posição privilegiada da Petrobrás na indústria de óleo e gás".

"Nossas reservas, nosso pessoal qualificado, nossos investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento), assim como nosso histórico de superação de desafios nos permitem levar nossa companhia a patamares de excelência que trarão retornos consistentes para nossos acionistas", previu Graça.

A área de Abastecimento voltou a registrar forte prejuízo no segundo trimestre. Afetada pela política comercial de não repassar os preços internacionais aos produtos vendidos no mercado doméstico, o setor teve prejuízo de R$ 7,030 bilhões entre abril e junho. No mesmo período de 2011, a área registrara prejuízo de R$ 2,280 bilhões. A alta reflete o efeito do câmbio no período. Com o dólar valorizado em relação ao real, a compra de produtos no mercado externo ficou mais onerosa para a Petrobrás.

O prejuízo da área de Abastecimento praticamente anulou o lucro líquido de R$ 10,673 bilhões da área de Exploração e Produção (E&P). O resultado ficou 0,7% superior ao registrado no segundo trimestre do ano passado. Também houve prejuízo, de R$ 5,329 bilhões, na área Corporativa da Petrobrás.

O lucro líquido da área de Gás e Energia encolheu quase 90% entre o segundo trimestre do ano e o mesmo período de 2011. A área de Distribuição reportou lucro de R$ 472 milhões, mais de 100% maior do que o lucro de R$ 234 milhões do intervalo entre abril e junho do ano passado.

Já a área de Biocombustível apresentou no período prejuízo de R$ 113 milhões, ante prejuízo de R$ 37 milhões de 2011 em intervalo idêntico.

A área Internacional registrou queda de 93% no lucro na mesma comparação.

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