Título: Câncer de Jefferson é raro, mas de tratamento mais fácil
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/08/2012, Nacional, p. A4

Ex-deputado deve deixar o hospital no domingo e começar a fazer quimioterapia em quatro a seis semanas

O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson tem um tipo de câncer de pâncreas raro, que corresponde a menos de 2% dos casos diagnosticados da doença, mas de mais fácil tratamento. A previsão é que ele deixe o Hospital Samaritano no domingo e comece a fazer quimioterapia em quatro a seis semanas. Jefferson não está impedido pelos médicos de ir a Brasília, se necessário. Pivô do escândalo do mensalão, que denunciou em junho de 2005,ele tem acompanhado o noticiário sobre o julgamento a partir de relatos dos seus assessores.Ontem, passou a maior parte da tarde dormindo e não assistiu à transmissão da sessão do STF. Foi o cirurgião José de Ribamar Saboia de Azevedo quem mostrou as primeiras reportagens sobre o julgamento para Jefferson, na terça-feira, apesar de a família preferir preservá-lo. Roberto Jefferson riu, contou o médico. “É importante a pessoa se reintegrar à sociedade.Ele é um homem destacado nesse delicado momento da política do Brasil para ficar afastado das informações.

Diagnóstico.Jefferson tem um câncer chamado de carcinoma coloide,que se desenvolveu dentro do ducto do pâncreas. O tumor atingiu 4,9 centímetros. Dentro dele,o patologista Vilhermo Torres diagnosticou um foco de câncer de 1,4 centímetro. “É um tumor maligno dentro de uma lesão benigna, com uma configuração mais amigável, o que configura um prognóstico melhor”, afirmou o oncologista Daniel Tabak.

Não há na literatura médica estudos sobre o tratamento ideal para esse tipo de câncer,que tem cura em mais de 60% dos casos. Tabak e a equipe optaram por oferecer a mesma quimioterapia indicada para os pacientes que têm adenocarcinomas – câncer de pâncreas mais agressivo, em que menos de 20% dos pacientes estão vivos ao fim de dois anos. Jefferson receberá o quimioterápico gencitabina semanalmente por seis meses.Ele não precisará ficar internado – o medicamento é menos tóxico e não produz os efeitos mais conhecidos da químio, como a perda de cabelo e a baixa imunidade. O ex-deputado se recupera bem da operação, em que os médicos precisaram desfazer a cirurgia bariátrica a que foi submetido em 2000. Ele está sem soro, sem medicação intravenosa e se alimenta normalmente. Ele caminha pelo corredor e disse aos médicos ter feito alongamento.