Título: Escassez de equipamentos também segura projetos
Autor: Ciarelli, Mônica ; Durão, Mariana
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/08/2012, Economia, p. B3

A desaceleração da economia brasileira e mundial não é o único fator a motivar a atual safra de projetos suspensos...

A desaceleração da economia brasileira e mundial não é o único fator a motivar a atual safra de projetos suspensos ou com cronogramas de entrada em operação postergados. O economista e presidente da Inter B Consultoria, Claudio Frischtak, ressalta que a falta de equipamentos ou serviços de engenharia também afeta alguns projetos no País, especialmente no setor de óleo e gás, que, apesar da crise, ainda continua aquecido.

Só a Petrobrás revisou nos últimos dois meses projetos orçados em quase US$ 70 bilhões. Ao todo, são três refinarias no Nordeste e um complexo petroquímico no Rio. "A empresa encomenda os equipamentos e eles atrasam a entrega. Isso acaba alterando também o cronograma dos projetos", afirmou.

Outro pano de fundo dessa pisada no freio são as questões político-regulatórias, como o atraso na obtenção de licenças ambientais e mudanças na tributação. A JAC Motors, por exemplo, cobra do governo o fim da alta do IPI para carros importados e uma definição sobre o novo regime automotivo para levar adiante o projeto de instalação de uma fábrica no Polo de Camaçari, na Bahia.

É a segunda vez que o grupo suspende planos de construir uma unidade no Brasil. Em setembro de 2011, logo após o governo elevar o IPI para carros importados, a JAC anunciou que o projeto estava suspenso.

No caso do investimento de US$ 5,8 bilhões da mineradora Anglo American em Minas Gerais, o principal problema gira em torno de sítios arqueológicos descobertos na local. Este ano, a Justiça chegou a suspender as obras sob alegação de riscos de destruição do patrimônio histórico da região. Por conta desses entraves, a empresa revisou o cronograma de entrada em operação do projeto em mais um ano e ainda deixou a porta aberta para novos adiamentos. No final de julho, informou que o cumprimento do novo cronograma depende da solução ainda este ano dos entraves que o projeto vem enfrentando desde 2011 (leia mais à página B4). / M.D. e M.C.