Título: STJ veta greve e situação melhora nos portos
Autor: Domingos, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2012, Nacional, p. A4

O Superior Tribunal de Justiça atendeu ontem ao pedido do Planalto e determinou a volta ao tra­balho de todos os fiscais agrope­cuários do País. A medida deve normalizar a situação em portos e aeroportos, onde a interrupção parcial de atividades já provoca­va congestionamentos e ameaça­va com altos prejuízos setores co­mo o de alimentos e o farmacêu­tico, além das importações.

A multa por descumprimento é de R$ 100 mil por dia e na deci­são o STJ detalha o total de fun­cionários que devem ser manti­dos em serviços paralelos. O Sin­dicato Nacional dos Fiscais Agro­pecuários anunciou que recorre­rá da medida. aFere nosso direi­to de greve", explicou Wilson de Sá, presidente da entidade.

A decisão acalmou empresá­rios da indústria e da agropecuá­ria, que temiam até ontem pelo agravamento da situação. "Se os grevistas voltarem logo ao traba­lho, não precisaremos interrom­per a produção", resumiu em Itajaí (SC) Glever Ávila, dirigente do Sindicarne em Santa Catarina.

O ritmo continuou lento, po­rém, no Porto de Santos, onde 37 navios desembarcavam e ou­tros 80 esperavam ao largo. "Toda a cadeia logística está prejudi­cada", resumiu José Roque, do Sindicato das Agências de Nave­gação. Coma decisão na Justiça, fiscais agropecuários decidiram trabalhar entre 8 e 18 horas - nor­malmente, o serviço é ininter­rupto. No Rio Grande do Sul, um cálculo do setor de avicultu­ra previa que a greve daria prejuí­zos de R$ 18 milhões - mas o valor foi baixado em 30% ao se tomar conhecimento da deci­são do STJ.

Rotina. Nos aeroportos e rodo­vias do País, que tinham sofrido operações-padrão e bloqueios de policiais federais, a sexta-fei­ra foi bem mais calma e o embar­que de passageiros retomou o rit­mo. A única confusão ocorreu no Aeroporto de Confins, perto de Belo Horizonte, onde a lenti­dão e as filas continuaram e poli­ciais decidiram manter a greve até dia 15.

No Rio, a greve das universida­des manteve o fôlego. Uma pas­seata de 150 pessoas fechou até 15 horas o acesso à reitoria e ao câmpus da Universidade Fede­ral do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão.