Título: Emprego industrial cai pelo 4º mês seguido
Autor: Nunes, Fernanda
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2012, Economia, p. B5

Apesar de a produção ter registrado uma pequena reação, as empresas reduziram em 0,2% o número de funcionários em junho

A leve alta da produção industrial em junho, de 0,2% ante maio, ainda não foi suficiente para melhorar o mercado de trabalho. O número de pessoal assalariado ocupado na indústria caiu 0,2%, o quarto resultado negativo consecutivo. No primeiro semestre do ano, a queda acumulada é de 1,2% e, em 12 meses, de 0,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Não poderia ser diferente. Um único resultado positivo de produção na indústria não seria suficiente para alterar o cenário de contratação imediatamente. O mercado de trabalho reflete com atraso o aumento da produção. Precisa de um movimento mais consistente da indústria para gerar efeito no mercado de trabalho", destacou o economista do IBGE André Macedo.

Em junho, permaneceu o quadro de resultados negativos de meses anteriores. O número de ocupados assalariados, comparado ao de junho do ano anterior, foi 1,8% menor, a nona e mais alta queda consecutiva.

O movimento foi liderado por São Paulo, onde a ocupação caiu 3,5%, na mesma base de comparação.

Horas pagas. "O emprego industrial, provavelmente, apresentará resultados negativos no início do segundo semestre do ano, já que o número de horas pagas na indústria, tomado como um indicador antecedente do movimento do emprego industrial, continuou a cair em junho", informou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Para o IBGE, no entanto, a queda de 0,3% do número de horas pagas, entre maio e junho, pode ser interpretada como positiva, já que foi superior às três anteriores, de -0,6%, -0,8% e -1,2%, em março, abril e maio, respectivamente. "O aumento da jornada de trabalho pode indicar aumento de produção, que poderá ser revertido em contratação no futuro", analisou Macedo.

Já a alta de 2,5% da folha de pagamento, na passagem de maio para junho, tem motivos pontuais, como a liberação de participação de lucro por um grupo de empresas. No primeiro semestre do ano, a folha de pagamento acumulou alta de 3,8%, relativa à reposição de inflação, ganho de renda e remunerações extras, que não são, necessariamente, reajustes salariais, informou o IBGE.