Título: Poucas e em más condições
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2012, Especial, p. H4

A matriz brasileira de transporte é quase toda baseada em rodovias. Hoje cerca de 60% de toda carga movimentada no País é transportada por caminhões. Teoricamente, isso implicaria ter uma boa malha rodoviária para atender à demanda, cada vez mais crescente. Mas não é o que se verifica na prática. Da malha total do País, apenas 12% é pavimentada. Nos Estados Unidos, 67% das rodovias são asfaltadas e, na Índia, o tamanho das estradas pavimentada é equivalente a toda a malha brasileira, de 1,7 milhão de km.

Além de pequena, boa parte da malha pavimentada está em condições ruins, conforme a última pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT). No ano passado, a associação avaliou 92.747 km de rodovias asfaltadas e detectou que mais da metade estava em condição regular, ruim ou péssima.

Isso provoca aumento dos custos de transporte, já que o consumo de combustíveis é maior em estradas deficientes e a manutenção dos veículos tem de ser feita em prazos menores.

É o ocorre, por exemplo, na BR-163, entre as cidades de Cuiabá (MT) e Santarém (PA). Embora seja de terra batida, a rodovia faz parte de um importante corredor de exportação. A BR é um dos caminhos para o transporte de soja da região Centro-oeste exportada pelos portos do Norte.

A pavimentação da estrada, incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está em andamento há pelo menos cinco anos. A previsão era concluir os trabalhos até o fim deste ano, mas a obra está bem distante do fim.