Título: O último gargalo a aparecer
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2012, Especial, p. H4

O setor aéreo foi o último a integrar a lista de gargalos da infraestrutura nacional. Como a maioria das importações e exportações era feita via portos, os problemas demoram a aparecer no setor de cargas dos aeroportos. Da mesma forma, os investimentos na expansão dos terminais não eram prioridades.

Mas, com o aumento no volume de importações nos últimos anos, os terminais entraram em colapso. Os problemas são semelhantes aos dos portos: faltam áreas de armazenagem, instalações (câmaras refrigeradas) para produtos especiais e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais.

Em meados de 2010, o Aeroporto de Guarulhos, considerado o principal gargalo do setor, sofreu graves problemas por causa da falta de espaço no terminal. Na ocasião, as cargas foram armazenadas ao relento, no pátio, ao lado dos aviões. Ao ficarem expostas ao sol ou à chuva, muitas mercadorias foram danificadas.

Depois desse episódio, a Infraero rapidamente tirou do papel um novo terminal de cargas. Desde então, os problemas diminuíram. Isso não significa, entretanto, que esteja adequado às necessidades do País. Uma das principais deficiência - e isso vale para todos os aeroportos - é a falta de tomadas suficientes para atender o crescente aumento das cargas refrigeradas.

Com a privatização dos aeroportos, iniciada por Guarulhos, Viracopos e Brasília, espera-se que os terminais de carga também sejam beneficiados por investimentos e projetos de modernização.