Título: Prioridade de Dilma, programa prevê concessão de 101 mil bolsas
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/09/2012, Vida, p. A29

Para a presidente, Ciência sem Fronteiras busca solucionar a baixa formação de pessoas em ciências exatas no País

BRASÍLIA

O Ciência sem Fronteiras, cria­do pela presidente Dilma Rousseff, prevê a distribuição de 101 mil bolsas, sendo 75 mil ofereci­das pelo governo federal e 26 mil pela iniciativa privada. Coorde­nado pelos Ministérios da Educa­ção e da Ciência e Tecnologia, o programa estabelece o intercâm­bio de alunos de graduação e pós-graduação com estágios e de par­cerias de pesquisas. O foco da iniciativa são as áreas de tecnologia e inovação.

Balanço publicado no site do programa indica que até janeiro deste ano 1,2 mil brasileiros rece­beram bolsas pelo programa, sendo 724 na modalidade gradua­ção sanduíche. A França é o país que mais recebeu estudantes brasileiros até agora (379), seguido pelos Estados Unidos (266) e Portugal (161).

O programa foi citado em pelo menos 20 falas da presidente. Em 10 de abril, durante palestra na Harvard Kennedy School of Government, a presidente desta­cou a iniciativa. "Estamos no bom caminho com o Ciência sem Fronteiras. Sabemos que as grandes empresas brasileiras são capazes de gerar tecnologia, por meio de suas universidades corporativas e dos seus contatos e das suas relações com institui­ções internacionais, e formar seus gerentes. No entanto, o que nos interessa com o programa é garantir e ampliar isso. É uma primeira etapa. Outras seguirão. Primeiro é garantir que estudan­tes tenham acesso a melhores instituições - estudantes de gra­duação. Mas, além dos estudantes de graduação, professores e doutores que possam utilizar as oportunidades dadas por uma bolsa bancada pelo País para es­tudar no exterior e trocar expe­riências, nós queremos trazer pesquisadores seniores e junio­res para ter uma relação com o Brasil", discursou Dilma.

Em 5 de março, durante a ceri­mônia da abertura da Feira Inter­nacional das Tecnologias da In­formação e das comunicações (Cebit 2012), em Hannover, na Alemanha, a presidente também comemorou a parceria com uni­versidades alemãs. No Brasil, du­rante a 38º Reunião do Conse­lho de Desenvolvimento Econô­mico e Social, Dilma afirmou que o Ciência sem Fronteiras buscava solucionar um proble­ma imediato no País. "Nós for­mamos mais pessoas para huma­nidades que para ciências exa­tas, principalmente engenharia. Nós tínhamos de enfatizar o mé­rito, porque queremos formar a base inicial, que vai ter acúmulo suficiente para garantir que o País possa continuar gerando to­dos os conhecimentos e os ins­trumentos e as técnicas."