Título: Eleição de São Paulo embola e deve ser disputada voto a voto
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2012, Especial, p. H1

Russomanno enfrenta queda de apoio após críticas de Serra e Haddad; hoje, cerca de 8 milhões de pessoas estão aptas a escolher o prefeito que comandará a cidade nos próximos quatro anos

A cidade de São Paulo pode ter hoje a eleição mais equilibrada da história recente. Desde a pri­meira votação em dois turnos, em 1992, os eleitores da cidade nunca foram às urnas sem que houvesse ao menos um favorito para uma das vagas na etapa com­plementar da disputa.

O quadro de indefinição está relacionado à queda abrupta de Celso Russomanno (PRB) nas pesquisas de intenção devoto e à pulverização do eleitorado entre os candidatos José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

Russomanno se manteve co­mo líder isolado na maior parte da campanha, mas desabou quando os adversários deixaram de poupá-lo de críticas diretas. Ele continua à frente, mas empa­tado tecnicamente com Serra e com vantagem decrescente em relação a Haddad, de acordo com as pesquisas mais recentes.

Cerca de 8 milhões de pessoas estão aptas a votar hoje em São Paulo. As urnas estarão abertas entre 8h e 17h para que o eleitor escolha um nome para ir ao 2º turno - marcado para 28 de outu­bro - e, quem sabe, comandar a cidade nos próximos quatro anos. Os desafios são do tama­nho do município. Dez deles es­tão listados neste caderno, que traz ainda os bastidores de como foram construídas as candidatu­ras dos favoritos a suceder o pre­feito Gilberto Kassab (PSD).

As páginas a seguir também mostram a atuação da presidente Dilma Rousseff e de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Iná­cio Lula da Silva, nas disputas lo­cais e como a dupla petista montou sua agenda de olho em 2014.

A próxima eleição presidencial, inclusive, é motivadora de dispu­tas em várias capitais. O principal exemplo é Belo Horizonte, onde o senador Aécio Neves, nome mais cotado do PSDB para dispu­tar o Palácio do Planalto daqui a dois anos, protagoniza um emba­te verbal com Dilma e Lula.

No Recife, o governador de Pernambuco e presidente nacio­nal do PSB, Eduardo Campos, aliado nacional dos petistas, bus­ca ganhar "vida própria", tam­bém mirando 2014, ao tentar em­placar seu candidato.