Título: Em dificuldade, HRT se associa à Petrobrás
Autor: Gonçalves, Glauber
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/10/2012, Economia, p. B4
A HRT fechou ontem parceria com a Petrobrás e com a companhia de origem russa TNK-Brasil para buscar uma solução para seu infortúnio logístico na Amazônia. Diante da dificuldade de escoar suas reservas de gás na Bacia do Solimões, a companhia agora quer atrair para a região potenciais consumidores do produto, incluindo termelétricas. O memorando assinado ontem é o primeiro passo para a formação de uma joint venture para atuar no Norte do País.
"Vamos estudar trazer uma coisa inovadora, que é o beneficiamento local: plantas de etanol, de metanol, ureia, amônia e a construção de grandes termelétricas. É ilimitado (o potencial)", afirmou o presidente da HRT, Mareio Rocha Mello. A parceria foi anunciada em um evento em Manaus com a participação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidente da Petrobrás, Graça Foster.
A divulgação da parceria fez as ações da HRT subirem quase 20% na BM&FBovespa, um alento aos papéis que vinham sofrendo com a desconfiança dos investidores. Enquanto no Brasil o problema é a logística na Amazônia, na Namíbia foi o anúncio de um poço seco por uma concorrente que levantaram dúvidas sobre o potencial dos campos da empresa no país africano.
De acordo com Melo, os estudos para buscar viabilizar a produção e a venda do gás extraído no Amazonas começam amanhã. O executivo descartou a criação de uma conexão ao gasoduto Urucu-Coari-Manaus - que a Petrobrás utiliza para movimentar sua produção em uma área próxima - para escoar o gás da HRT. O impeditivo seria o fato de que a estrutura já opera perto do limite. Com isso, as empresas analisarão a construção de outros gasodutos.
Auxílio. Mello negou também que a empresa esteja sendo socorrida pela Petrobrás na tentativa de solucionar o problema logístico na Amazônia. "A Petrobrás não está ajudando a gente, a Graça não é disso. Nós estamos simplesmente agindo empresarialmente parajuntar dois gigantes na Amazônia para otimizar a logística para todos", declarou.
Sócia da HRT na região, a TNK já investiu US$ 1 bilhão para a exploração de 21 blocos na Bacia do Solimões, por meio de sua subsidiária brasileira. No mês passado, a HRT comunicou ao mercado que o teste de formação do poço 1-HRT-9, na região, indicou um potencial de produção de até 3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia na estrutura, quando atingir sua fase de desenvolvimento.
A companhia comandada por Mello não é a única petroleira brasileira que tem procurado se aproximar da Petrobrás nos últimos meses. Depois que Graça Foster assumiu a presidência da estatal, a OGX, de Eike Batista, tem buscado estreitar laços com a empresa.