Título: Taxa do rotativo do cartão de crédito cai após 33 meses
Autor: Assis, Francisco Carlos de
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/10/2012, Economia, p. B5

Pela primeira vez após 33 meses sem registrar nenhum movi­mento, ignorando a trajetória de redução dos juros básicos (Se­lic), a taxa média do rotativo do cartão de crédito caiu 0,28 ponto porcentual em setembro, de 10,69% para 10,41% ao mês. É o que mostra a Pesquisa de Juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administracão e Contabilidade (Anefac), divulgada ontem.

De agosto de 2011 a setembro deste ano, a Selic caiu 5 pontos porcentuais, de 12,5% ao ano para 7,5% ao ano - o levantamen­to da Anefac não alcançou o cor­te de 0,25 ponto decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, que levou a Selic para 7,25% ao ano.

Das taxas das seis linhas de cré­dito pesquisadas pela Anefac, to­das foram reduzidas no mês. A taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 0,21 ponto porcentual no mês, passando de 6,02% em agos­to para 5,81% no mês passado.

Para pessoa jurídica, a taxai de juros média das três linhas pesquisadas caiu 0,13 ponto porcentual, passando de 3,44% ao mês em agosto para 3,31% ao mês em setembro. Nos dois casos, a taxa de juros caiu para a menor taxa da série histórica, desde 1999.

Pessoa física. Entre as taxas cobradas das pessoas físicas, a maior redução foi verificada nos juros do comércio, que caí­ram de 4,55% ao mês em agosto para 4,20% ao mês em setem­bro, uma queda de 0,35 ponto porcentual.

Entre as taxas oferecidas às pessoas jurídicas, o maior recuo foi registrado nos juros para des­conto de duplicatas, que passa­ram de 2,46% ao mês em agosto para 2,26% ao mês em setem­bro, um diferença de 0,20 pon­to.

"A nossa expectativa é de que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses por conta da melhora da econo­mia e pela maior competição no sistema financeiro após os ban­cos públicos promoverem redu­ções em suas taxas de juros, bem como pela expectativa de redução dos índices de inadimplência no segundo semestre", afirmou o coordenador de estu­do da Anefac, Miguel José Ribei­ro de Oliveira.