Título: Obama e Romney reveem estratégia
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2012, Internacional, p. A10

A um mês das eleições presidenciais americanas, as campanhas democrata e republicana se veem forçadas a um reajuste em suas estratégias. O desempenho fraco e defensivo do candidato à reeleição, Barack Obama, no debate da semana passada em Denver o pressiona a uma mudança em seu estilo nos próximos dois debates. A queda do desemprego no país e a repercussão de recentes gafes levam o republicano Mitt Romney a mudar sua tática para vencer.

“Se há uma coisa que sei sobre ele (Obama) é que não vai deixar se derrubar e que estará pronto e melhor na próxima vez”, disse o ex-porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs, hoje conselheiro de campanha.

Em seus discursos seguintes ao debate, em Denver, Fairfax e Cleveland, Obama mostrou-se mais agressivo. Romney começou também a reajustar sua posição sobre episódios constrangedores de sua campanha. À Fox

News, ele disse que estava “completamente errado” em criticar uma parcela do eleitorado americano que depende de ajuda do governo.

Na sexta-feira, pelo menos cinco pesquisas deram vantagem a Romney em Estados decisivos em que Obama estava na frente antes do debate.

No cenário nacional, as pesquisas indicaram retorno à situação de empate técnico. Consulta Reuters/lpsos divulgada na quarta-feira dava a Obama uma vantagem de seis pontos porcentuais. Ontem, uma nova pesquisa reduziu essa margem para dois pontos - Obama com 47% e Romney, com 45%.

Mais de 67 milhões de americanos viram o primeiro de uma série de três debates entre Obama e Romney, na Universidade de Denver. A taxa de desemprego abaixo de 8% foi dada como a grande notícia para a campanha de Obama na sexta-feira nos EUA.

No início da semana, nos cálculos do Real Clear Politics com base nas pesquisas de opinião estaduais, Obama havia conquistado : 269 delegados para o Colégio Eleitoral, a instância final de decisão. A eleição americana é indireta e leva em consideração a soma dos delegados dos Estados, representados proporcionalmente segundo sua população. Na sexta-feira, a soma de delegados de Obama havia caído para 251. Romney manteve seus 181 delegados. São necessários 270 para ser eleito.

Pesou nessas contas as consultas feitas pelo instituto conservador Rasmussen, segundo as quais o republicano estaria na liderança nos Estados de Virgínia (49% a 48%) e Flórida (49% a 47%). Romney estaria logo atrás, com 49%. As próximas pesquisas devem expressar o humor do eleitorado com a queda do desemprego.