Título: Itaú reduz tarifas bancárias em até 32,5%
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2012, Economia, p. B3

Maior banco privado brasileiro segue movimento iniciado pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal; outros bancos estudam cortes

O Itaú seguiu ontem o movimento iniciado por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e anunciou a redução dos preços de 15 tarifas de serviços prioritários para pessoas físicas e 8 para empresas, com impacto positivo, segundo nota do banco, para todos os clientes, atuais e novos.

Ainda de acordo com a instituição, os porcentuais de redução chegam a até 32,5%, e os novos valores valem a partir de 22 de outubro.

O Estado apurou que outros grandes bancos de varejo estão estudando a estrutura de custos para decidir se vão reduzir as tarifas cobradas de empresas e pessoas físicas.

Segundo comunicado do Itaú, para pessoa física, além da redução em produtos e serviços, haverá queda no preço do pacote padronizado, que passará de R$ 10,50 para R$ 9,85 - redução de 6,2%. "Com a medida, o banco pretende atrair novos clientes e valorizar os atuais", diz a nota.

Entre as tarifas que tiveram preços reduzidos estão segunda via de cartão de débito, segunda via de cartão poupança, sustação/revogação de cheque, folha de cheque, saque em terminais de autoatendimento, DOC pessoal, TED pessoal, DOC/TED eletrônico, e DOC/TED pela internet.

Os investidores não gostaram da redução - por causa do efeito sobre os resultados do banco - e as ações do Itaú recuaram 0,30% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A pressão do governo sobre o sistema financeiro tem custado caro para os bancos nacionais com papéis negociados em bolsa.

A ação do Itaú, por exemplo, acumula perdas de quase 13% no ano e de 13,65% apenas nos últimos 30 dias. Significa dizer que a nova rodada de pressão do governo, concentrada em tarifas, aumentou o temor dos investidores em relação às perspectivas de ganhos das instituições.

O efeito também se dá sobre os papéis do Bradesco, ainda que em menor intensidade. Nos 30 dias encerrados ontem, as ações da instituição acumulam desvalorização de 10%. No ano, ainda sobem 6,28%.

Novo cenário. O analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, afirma que, em meio à queda das taxas de juros cobradas dos clientes, os bancos brasileiros devem buscar, cada vez mais, diversificação de receitas.

Segundo ele, os ganhos dos bancos advêm, basicamente, de quatro fontes: crédito; operações de tesouraria (recursos das próprias instituições); seguros, previdência e capitalização; prestação de serviços em geral, onde entram as tarifas.