Título: Candidatos usam TV para atacar currículo ministerial
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Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2012, Nacional, p. A4

No 2º turno, propaganda tem início com petista e tucano desqualificando oponente com críticas às gestões no MEC e na Saúde

Isadora Peron

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Fernan­do Haddad (PT) trocaram exata­mente a mesma quantidade de ataques e acusações no horário eleitoral na TV no segundo turno. Conforme levantamento feito pe­lo Estado, ambos dedicaram 22% do tempo para criticar o oponen­te e, em especial, as experiências do adversário como ministro. A análise englobou os cinco primei­ros dias de propaganda eleitoral na segunda etapa de votação.

A principal aposta do tucano foi criticar a época em que o pe­tista ocupou o Ministério da Edu­cação (2005-2012). As falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a greve nas univer­sidades federais deste ano foram os pontos mais explorados na propaganda de Serra. Reformula­do por Haddad, o Enem apresen­tou problemas de realização nos últimos três anos.

Os programas do PSDB tam­bém afirmaram diversas vezes que Haddad "foi o pior ministro da Educação que o Brasil já te­ve", numa tentativa de demons­trar que o adversário não estaria preparado para ser prefeito de uma cidade como São Paúlo.

Temas como o julgamento do mensalão e críticas à administra­ção da petista Marta Suplicy na Prefeitura (2001-2005) também entraram na pauta, mas com me­nor intensidade.

O resultado desse levantamen­to mostra que a campanha de Ser­ra mudou de estratégia em rela­ção ao 1° turno, quando as críti­cas aos adversários não chega­ram a 10% do tempo na TV. O tucano está atrás nas pesquisas de intenção de voto.

As críticas ao "ministro Had­dad" apareceram já no primeiro dia da propaganda eleitoral, na segunda-feira. No dia seguinte, o próprio Haddad respondeu aos ataques. Olhando fixo para a câmera, o candidato do PT afir­mou que Serra "distorcia infor­mações". A defesa do seu legado à frente do Ministério da Educa­ção ocupou quase 17% do tempo a que teve direito na TV.

Saúde. Mas a campanha de Haddad não ficou só na defesa. O principal ataque veio na mes­ma moeda ministerial. Após as críticas de Haddad como minis­tro, os programas do petista co­meçaram a questionar a atuação de Serra à frente do Ministério da Saúde e a alvejar a atual situa­ção da saúde pública na cidade. O candidato do PSDB ocupou a pasta entre 1998 e 2002, durante o governo do ex-presidente Fer­nando Henrique Cardoso.

A saída do tucano da Prefeitu­ra em 2006 para disputar o gover­no estadual também voltou à ce­na. Outro tema explorado foram os problemas da cidade, atual­mente administrada por Gilber­to Kassab (PSD), aliado de Serra.

Em relação ao 1° turno, po­rém, o petista se mostrou menos agressivo, uma vez que havia de­dicado 28% do seu tempo na TV a fazer críticas aos adversários.