Título: Panfleto do PT diz que vitória de Serra vai elevar criminalidade
Autor: Frazão, Felipe ; Chapola, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/10/2012, Nacional, p. A4

Jornal de sindicalistas cita aumento de chacinas e arrastões; dirigente da CUT afirma que texto se baseia em "fato concreto"

Um jornal do comitê de sindicalistas da campanha de Fernando Haddad (PT) afirma que "o crime organizado se alastrará em São Paulo" se o tucano José Serra (PSDB) for eleito prefeito no domingo. Cem mil exemplares do material foram distribuídos nos últimos dois dias em terminais de ônibus e ruas da cidade, com críticas e denúncias de corrupção em gestões tucanas.

"Os arrastões, assaltos em shoppings e nas ruas, os furtos de carros, chacinas de jovens e a explosão dos caixas eletrônicos vão aumentar. Também teremos mais mendigos nas ruas. O crime organizado se alastrará em São Paulo", afirma um texto na contracapa do panfleto.

O material também diz que, se Serra for eleito, "as consultas e exames vão continuar demorando até seis meses ou mais". Afirma ainda que "os ônibus, os trens e o metrô continuarão cheios e caóticos todos os dias".

O panfleto de quatro páginas é identificado como Jornal do Comitê de Sindicalistas e tem o CNPJ da campanha de Haddad em seu expediente.

A campanha petista informou, por meio de sua assessoria, que o Comitê dos Sindicalistas é autônomo e editou o jornal de forma independente e pagou a impressão com recursos próprios.

"Doação". O coordenador do Comitê dos Sindicalistas e presidente da Central Única dos Trabalhadores em São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos Lima, disse que o material foi financiado com doações de pessoas físicas, posteriormente contabilizadas como doações à campanha de Haddad.

O parágrafo sobre violência, segundo Lima, foi redigido a partir de um balanço sobre a política de segurança pública do governo estadual, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB).

Ele citou como justificativa a divulgação, anteontem, do crescimento do índice de homicídios no Estado. Para Lima, a nota não tem tom "terrorista" e representa um "fato concreto". "Achamos que, se não houver mudança, podem continuar acontecendo assassinatos de policiais, etc.", afirmou o coordenador do Comitê de Sindicalistas. / COLABOROU BRUNO LUPION