Título: Governo terá meta de longo prazo para o PIB
Autor: Abreu, Beatriz ; Froufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/11/2012, Economia, p. B4

O governo deve fixar no próximo ano metas econômicas de longo prazo, como expansão do Produto Interno Bruto e do PIB per capita, para dar maior previsibilidade ao investimento produtivo, disse à Reuters o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

Essas metas, que seriam estabelecidas para prazos de 5 e 10 anos, serviriam para balizar os investimentos em um momento de grave crise e baixo crescimento econômico mundial.

"Vamos atravessar o período de crise, vamos sair dela melhor do que entramos e vamos colocar metas ambiciosas. A presidente vai chamar vocês lá no ano que vem e vai colocar metas para 5 e 10 anos, metas para crescimento, PIB", disse Pimentel.

"Temos segurança jurídica, temos solidez fiscal e somos um dos poucos países que podem fazer isso", acrescentou.

Questionado sobre se a inflação constaria entre as metas, o ministro evitou dar mais detalhes de como seriam fixadas ou mesmo alcançadas esses objetivos, informando apenas que os parâmetros abrangerão um número limitado de variáveis.

O Brasil adotou em 1999 uma política econômica baseada no regime de metas para a inflação, ajuste fiscal, com meta para o superávit primário do setor público, e câmbio flutuante.

O Banco Central é o responsável por manter a inflação dentro da meta fixada para este ano e até 2014 em 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo. Pelo menos formalmente, o BC não tem outras metas a alcançar, como crescimento ou taxa de emprego.

Pimentel disse que o objetivo de se criar novos alvos é aproveitar a janela de oportunidade aberta pela crise externa, e a situação mais favorável do Brasil, além de abrir caminho para maior previsibilidade às decisões de investimento.

"A proposta é darmos a mensagem de que estamos trabalhando na direção apontada pelas metas, colocadas como programa de Estado e para além de mandatos", disse.

"A China faz isso, mas lá não é uma democracia. Fazer isso em uma democracia é uma ousadia", defendeu o ministro. O governo chinês tem meta de crescimento econômico. / REUTERS