Título: Produção do pré-sal cresce 8,3% e é recorde em setembro, diz ANP
Autor: Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/11/2012, Economia, p. B4

Produção foi de 220,1 mil barris por dia; no total, a produção de óleo recuou 4%, para 1,924 milhão de barris por dia

A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) divulgou ontem que a produção do pré-sal de setembro foi recorde no País, totalizando 220,1 mil barris de óleo equivalente por dia, 8,3% a mais do que no mês anterior. A produção apenas de óleo foi de 182 mil barris/dia. Já a produção de óleo incluindo o pós-sal caiu 4% no mês, para 1,924 milhão de barris por dia.

Além da queda no mês, o impulso extra vindo do pré-sal em setembro pode ter sido momentâneo. Os números de outubro do pré-sal, que devem ser divulgados daqui a um mês, devem apresentar pequeno recuo em relação a setembro.

Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, José Miranda Formigli, uma mudança de locação da plataforma Cidade de São Vicente, em fase de teste de longa duração, reduziu temporariamente a produção da companhia no pré-sal. A plataforma está sendo deslocada do campo de Iracema Sul para Sapinhoá Norte.

"Não adianta ficar tentando controlar a produção no dia a dia, pois ela é naturalmente variável", disse Formigli, em coletiva de imprensa na terça-feira, durante evento em Vitória para comemorar a produção do Campo de Baleia Azul (litoral capixaba da Bacia de Campos), que está produzindo hoje 65 mil barris de óleo por dia e deve chegar a 100 mil em fevereiro.

A Petrobrás informou que o pico de produção de óleo em campos operados pela companhia foi alcançado em setembro, com 223 mil barris por dia. Na terça-feira, a produção de óleo em áreas do pré-sal era de 205 mil barris por dia, segundo Formigli.

"Enquanto fazemos a transferência, a produção tem que diminuir", disse Formigli na ocasião. O diretor afirmou que a produção da companhia deve aumentar nos próximos dois meses, de forma a manter a meta de 2,022 milhões de barris por dia (com margem de 2% para baixo ou para cima). A meta para o ano que vem é a mesma.

Saída. A ANP está com um diretor a menos desde segunda-feira. O diretor Allan Kardec Duailibe deixou a autarquia depois que seu mandato de quatro anos expirou. A indicação para o cargo vem do Palácio do Planalto e, até ontem, não havia informação sobre sucessão.

Kardec era responsável pela área de abastecimento, fiscalização, refino, dados técnicos e núcleo de informática. Ele cuidava, por exemplo, da nova regulamentação para o setor de etanol. Até haver um substituto, a ANP precisará de unanimidade para aprovar resoluções, já que restam apenas três diretores em atividade na agência: a diretora-geral, Magda Chambriard, e os diretores Florival de Carvalho e Helder Queiroz. Não há prazo para a vaga ser preenchida, o que pode levar meses.

Normalmente, há cinco diretores. Mas, além da vaga de Kardec, também está aberta a cadeira que Magda ocupava antes de ser apontada diretora-geral.