Título: Eles fazem questão de doar, diz Milton Leite
Autor: Boghossian, Bruno
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/11/2012, Nacional, p. A12

Eleito para seu quinto mandato na Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (DEM) diz que seus funcionários "insistiram" para fazer doações para sua campanha. Ele afirma que chegou a pedir que alguns integrantes de seu gabinete não fizessem contribuições, mas foi contrariado.

"Eles fazem questão de doar. Eu tive que pedir para alguns não doarem. Digo que não quero que doem, mas alguns doam", explica o parlamentar. "É mais por insistência deles mesmo. Nem precisar a gente precisava."

Leite recebeu em sua campanha doações de R$ 3,4 milhões - boa parte do diretório municipal do DEM. Os R$ 61 mil entregues pelos funcionários do seu gabinete e da liderança de seu partido representam menos de 2% do total arrecadado na disputa. "Se eles não tivessem doado, não teria feito a menor diferença", diz o vereador.

Milton Leite está na Câmara Municipal desde 1997, quando se elegeu com a força de um reduto montado na zona sul da capital paulista, em especial a região do M"Boi Mirim. Empresário da construção civil e ligado a uma cooperativa de perueiros, ele integrou a base de apoio de Paulo Maluf (PP) na Câmara e foi líder do PMDB na Casa durante o governo Marta Suplicy (PT).

Em 2008, com a reeleição de Gilberto Kassab (PSD), articulou com o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR) a formação de um bloco parlamentar que conquistou a presidência da Câmara, o chamado "centrão".

"Parceria". O vereador Antonio Goulart (PSD) afirma que as doações de R$ 21 mil que recebeu de seus assessores são resultado de uma "parceria" que tem com seus funcionários.

"Não tenho empregados no gabinete, são parceiros que trabalham e fazem parte de um time político. Se a gente vai ao boteco, a gente racha a conta", diz.

A equipe de Netinho de Paula (PC do B) afirma que os funcionários que contribuíram para a campanha são seus amigos e que fizeram doações voluntariamente.

A mesma explicação foi dada pela assessoria do vereador Antonio Donato (PT), que afirmou que as doações foram feitas de forma "pessoal e voluntária".

A assessoria de Claudinho (PSDB) não justificou as doações de funcionários de seu gabinete.

As equipes de Senival Moura (PT) e Floriano Pesaro (PSDB) disseram que a participação na campanha dos funcionários de seus gabinetes aconteceram fora do horário de expediente. / B.B.