Título: Sem Dilma nem Adams, Zavascki toma posse no STF
Autor: Gallucci, Mariângela
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2012, Nacional, p. A8

Joaquim Barbosa, sucessor de Peluzo no Supremo assume sua vaga em sessão rápida

O ministro Teori Zavascki, indi­cado para a vaga de Gezar Peluso - que se aposentou, com 70 anos, em setembro - tomou pos­se ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) numa cerimônia marcada por ausências como a da presidente Dilma Rousseffe a do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Conduzido pelo decano do tri­bunal, ministro Celso de Mello, e pela mais nova integrante da Cor­te, Rosa Weber, o novo ministro foi levado até o plenário, onde as­sinou o termo de posse e foi decla­rado empossado pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa.

Foi uma sessão rápida- iniciada às i6hn e terminada às 16h23, após o que Zavascki recebeu cum­primentos no Salão Branco, ao la­do do plenário. Apesar da ausên­cia de Dilma, lá estavam os presi­dentes do Senado e da Câmara, José Sameye Marco Maia, e o mi­nistro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Para ele, porém, o mo­mento mais emotivo foi quando abraçou sua mãe, Pia, de 97 anos.

Solenidades à parte, o grande assunto entre os convidados era a situação de Adams e a crise en­frentada pela Advocacia-Geral da União desde a deflagração, na semana passada, da Operação Porto Seguro, que tem como um dos principais investigados o ex- número 2 da AGU, José Weber de Holanda Alves, já afastado.

Outro assunto da posse foi o processo de indicação do próxi­mo ministro do STF. Zavascki, que tem 64 anos, ocupou o lugar deixado em setembro por Peluso - mas outra vaga surgiu com a saída, há dez dias, do então presi­dente da Casa, Carlos Ayres Britto. Um outro ministro tem co­mentado sua disposição de sair - Celso de Mello mas não há ne­nhuma indicação de quando isso deve acontecer.

Diferenças. Cauteloso por esti­lo, e de carreira marcadamente técnica dentro dos meios jurídi­cos, Zavascki destacou-se, nos úl­timos dias, por duas posições po­lêmicas. Uma, contrária às trans­missões dos julgamentos pelo STF: ele considera "um ponto negativo o excesso de exposição, que às vezes não colabora para um julgamento sereno". Outra, seu entendimento de que cabe ao Legislativo, não ao Judiciário, a tarefa de decidir sobre a cassa­ção de políticos condenados no processo do mensalão.

Catarinense de Faxinai dos Guedes, o novo ministro atuou no Tribunal Regional Federal em Porto Alegre e integrou des­de maio de 2003 o Superior Tri­bunal de Justiça, participando da Corte Especial, do Conselho de Administração e da Comissão de Documentação. Foi eleito membro efetivo do Conselho da Justiça Federal (CJF) em junho de 2011.