Título: Previsões de economistas para o PIB são revistas
Autor: Villa Verde, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2012, Economia, p. B8

As previsões de crescimento da economia brasileira neste e no próximo ano foram revistas para baixo por economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus. A mediana das estimativas para 2012 caiu de 1,5% para 1,27%. Para 2013, foi revista de 3,94% para 3,7%.

Na sexta-feira, foram divulgados os dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que mostraram crescimento de 0,6% em relação aos três meses anteriores, cerca de metade do que era esperado pelo mercado e pelo governo. A coleta de dados da pesquisa do BC também se encerrou na sexta-feira, mas nem todos os analistas atualizaram suas projeções, o que significa que as estimativas podem piorar ainda mais no próximo levantamento.

De acordo com o BC, a projeção mais otimista entre os economistas caiu de 1,97% para 1,9%. A previsão mais baixa de crescimento recuou de 1,3% para 0,95%. Ou seja, pela primeira vez, já há analistas que esperam menos de 1% este ano.

Para Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, apesar de o resultado do PIB ter sido pior que o esperado, commodities, crédito e renda devem sustentar a retomada do consumo local no curto prazo, impulsionando os investimentos em 2013. Ele projeta agora expansão de 1% neste ano e 3,5% no próximo. "Apesar do ciclo de crédito desfavorável da economia brasileira e pelas restrições ao crescimento de longo prazo, como a relativa escassez de mão de obra e as incertezas regulatórias, há espaço para uma recuperação cíclica em 2013."

Indústria. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também revisou suas estimativas para o desempenho da economia. O crescimento do País em 2012 deve se restringir a um terço do registrado no ano passado, segundo a entidade. A aposta é um avanço de 0,9%. Para 2013, a CNI prevê 4%, isso se os investimentos e a confiança dos empresários decolarem. Caso contrário, o teto da expansão brasileira no ano que vem será de 3%.

As ações do governo até agora para atenuar os efeitos da crise externa sobre a economia brasileira estão "na direção certa", na avaliação do presidente da CNI, Robson de Andrade, mas têm prazo para surtirem efeito. Mas são os investimentos, segundo o empresário, os responsáveis por uma expansão de longo prazo.