Título: Okamotto nega ameaça e duvida de depoimento
Autor: Netto, Andrei ; Cardoso, Daiene
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/12/2012, Nacrional, p. A8
Presidente de instituto diz "não ter motivo para desejar o mal" a Valério e que não poderia falar sobre fatos Ligados a Lula
Paris
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse ontem "duvidar" que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza o tenha acusado de ameaçá-lo de morte, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em 24 de setembro, como revelou ontem o Estado. Amigo de longa data do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Okamotto negou ter feito as ameaças e se disse "tranquilíssimo" em relação ao teor do novo depoimento de Valério.
"Eu ameacei ele de morte? Por que eu vou ameaçar ele de morte?", questionou Okamotto, ao ser perguntado sobre a acusação de Valério. "Está nos autos que eu ameacei ele de morte? Duvido! Duvido que ele tenha dito isso!"
Gomo Lula, Okamotto participa em Paris de um evento promovido pelo Instituto Lula. Mas, ao contrário do ex-presidente, ele respondeu às perguntas dos jornalistas sobre o depoimento de Valério, dado depois de ser condenado no julgamento do mensalão.
Ao ser questionado pela primeira vez pelo Estado, Okamotto disse não ter lido a reportagem que revelou o teor do depoimento de Valério. Respondeu o mesmo quando a pergunta se rei feriu ao ex-presidente - segundo ele, Lula "não lê o Estadão".
A reportagem explicou os fatos relatados por Valério à Procuradoria-Geral, como o de que Lula teria dado "ok" ao mensalão no Palácio do Planalto. "Meu nome não é Lula. Se teve esse negócio, eu não estava nessa reunião. Tem de perguntar para o Lula um negócio desses", afirmou Okamotto. Resposta semelhante foi dada sobre o pagamento de "despesas pessoais" do ex-presidente com dinheiro do esquema, segundo Valério. "Que contas pessoais? Tem de perguntar para o Lula."
Transtorno. Okamotto negou com ênfase que tenha dito a Valério que "gente do PT" o queria morto. "Não, não, não. Eu não tenho nenhum motivo para desejar o mal a Marcos Valério. Eu o conheci depois do episódio do mensalão, da história que ele contava que tinha feito empréstimos em nome das empresas dele ajudar o PT", disse. "Isso acabou trazendo um grande transtorno para ele, não é? Ele chegou a ser condenado." A seguir, Okamotto levantou dúvidas sobre a credibilidade de Valério. "Pelo que eu entendi, ele esclareceu toda a imprensa brasileira, discutiu com a Justiça, deu os nomes à Justiça. Suponho que tudo o que ele tinha para falar ele já falou", afirmou. "E até algumas coisas que ele falou a Justiça não levou em consideração, como os empréstimos que ele tinha recebido." / a.n, e
Fernando Nakagawa, da agência estado