Título: Cinco meses após punição, teles não melhoraram serviço, diz Anatel
Autor: Rodrigues, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/12/2012, Economia, p. B1

O esforço das companhias de telefonia e internet móvel pa­ra a instalação de novas ante­nas nos últimos meses não foi suficiente para melhorar os in­dicadores de queda de chama­das que tanto irritam os usuá­rios brasileiros. Após a primei­ra fiscalização trimestral das promessas feitas pelas opera­doras, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verificou que as empresas ain­da estão muito longe dos parâ­metros mínimos para o atendi­mento aos seus clientes.

O presidente da Anatel, João Rezende, classificou ontem co­mo "insatisfatórios" os resulta­dos obtidos pelas teles na fiscali­zação realizada no fim de novem­bro. No fim de julho, o órgão re­gulador chegou a proibir a venda de novos chips durante 11 dias nos Estados em que cada compa­nhia liderava o índice de reclama­ções dos consumidores.

Segundo Rezende, a quantida­de de instalações de novas ante­nas aumentou 13,8% nos últimos três meses em relação ao mesmo período de 2011. A aceleração, po­rém, não fez com que os índices de queda de chamada e de acesso a dados chegassem perto das me­tas impostas pela Anatel.

"O resultado mostra que as empresas estão trabalhando, mas ainda estão muito longe do ideal. Uma melhora definitiva vai depender do andamento dos investimentos e, enquanto isso, as companhias continuam sen­do multadas normalmente", dis­se Rezende após audiência na Co­missão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

Indicadores. O presidente da Anatel não detalhou, no entan­to, os dados sobre os nove indica­dores com os quais as empresas se comprometeram em seus pla­nos de melhoria da qualidade, que têm duração de dois anos. O órgão regulador havia prometi­do divulgar, trimestralmente, a evolução desses dados.

Por causa da grande quantida­de de reclamações de usuários, a Anatel puniu a TIM em 18 Esta­dos, a Oi em cinco e a Claro em três unidades da Federação. Pa­ra que voltassem a habilitar no­vas linhas, essas empresas - além de Vivo, CTBC e Sercom-tel - apresentaram planos de ação para atacarem as fontes dos problemas. Os investimen­tos prometidos vão desde a ins­talação de mais equipamentos de transmissão até a ampliação das centrais de atendimento.

Em novembro, a Anatel também enquadrou as maiores em­presas de TV por assinatura. Apesar de nenhuma empresa ter sido impedida de registrar novos clientes, as líderes do merca­do foram obrigadas a ter planos de melhoria do atendimento nos moldes das teles. As falhas apontadas são erros de cobran­ça e dificuldades dos consumi­dores em conseguir cancelar pla­nos e solicitar reparos nos equi­pamentos.

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 12/12/2012 04:32