Título: Tucano propõe explorar caso com veemência
Autor: Domingos, João ; Bergamasco, Débora
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2012, Nacional, p. A6

Enquanto o PT sai a campo para montar uma força-tarefa, esca­lando ministros e parlamentares para defender o ex-presiden­te Luiz Inácio Lula da Silva e a gestão Dilma Rousseff - e, en­fim levantar o moral da própria legenda - a oposição começa a perceber na crise do adversário uma oportunidade para se apre­sentar ao eleitorado brasileiro como uma alternativa para as eleições de 2014.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), avalia que esta é uma oportunidade histórica pa­ra conseguir interromper a hege­monia do PT, no poder há três mandatos. "Os opositores terão que saber explorar essa crise com mais veemência. Ou o PSDB engrossa ou não sobe a rampa (do Palácio) do Planalto", resume o senador paranaense. Para ele, o discurso mais impor­tante a ser adotado pelos oposi­cionistas na próxima eleição pre­sidencial é o da "ruptura com es­sa fábrica de escândalos".

Dias avalia ainda que vai se di­ferenciar, junto à opinião públi­ca, quem propuser "o fim do sis­tema vigente que promove o aparelhamento das instituições e faz do governo um balcão de ne­gócios em benefício dos interes­ses do PT".

Outra estratégia que o sena­dor tucano considera essencial a ser adotada na próxima disputa eleitoral é a do candidato que conseguir, independentemente da filiação partidária, apresentar-se como gestor eficiente do Po­der Executivo porque, apesar da alta popularidade da presidente, a avaliação de serviços básicos como saúde, educação e seguran­ça pública não agradam à população atualmente. Ele também ad­mite, nesse cenário de 2014, a possibilidade de surgirem mais partidos lançando candidaturas próprias - entre elas o PSB, o PV e o PPS.

Receita. Segundo o líder do PPS na Câmara, deputado Ru­bens Bueno (PR), a melhor ma­neira de aproveitar o desgaste do PT é afinando, desde já, o discur­so em torno de um postulante independente já no início do ano que vem, trabalhando sobre um projeto de governo criativo e ba­seado no conceito do "novo".

Em reunião de tucanos na se­mana passada, o senador e pré-candidato à Presidência Aécio Neves (MG) já lançou mão de um discurso pautado na ética e na moralização do poder públi­co. Aécio foi apoiado em sua ora­tória pelo ex-presidente Fernan­do Henrique Cardoso, que ata­cou a competência da gestão petista, destacando os feitos de sua administração.