Título: Força fala em carnaval de manifestações
Autor: Marcelo Redher
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/12/2012, Economia, p. B4

As cinco centrais sindicais se reúnem hoje para discutir estratégias de ação para forçar governo reabrir negociações com os trabalhadores

As cinco centrais sindicais re­conhecidas pelo governo Central Única dos Trabalhado­res (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhado­res (UGT), Central dos Traba­lhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) - se reúnem hoje em São Paulo para discutir a estra­tégia de ação para destravar a pauta de reivindicação dos tra­balhadores.

Os sindicalistas pretendem or­ganizar uma série de manifesta­ções a partir do próximo ano con­tra a postura do governo. Eles re­clamam que o governo tem dei­xado em segundo plano as reivin­dicações dos trabalhadores.

O movimento deve começar com uma grande marcha das cen­trais a Brasília em fevereiro, de­pois do Carnaval. "Quando o car­naval festivo terminar, começa­rá um carnaval de manifesta­ções", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força e deputado federal (PDT-SP). "Enquanto o governo não enca­minhar a pauta, as manifesta­ções vão continuar", diz Wagner • Freitas, presidente da CUT.

A ideia é sensibilizar a socieda­de para a causa dos trabalhado­res e pressionar o Palácio do Planalto. Além de reclamar que o ¡ governo não atende os trabalhadores, Paulinho diz que vai cha­i mar a atenção para os problemas da economia brasileira. "O gover­no Dilma pegou a economia cres­cendo 7,5% e reduziu isso a ze­ro", critica o sindicalista.

Aposentadorias. A luta pelo fim do fator previdenciário deve­rá ser o assunto principal da reu­nião das centrais. No início do mês, os sindicalistas protocola­ram um pedido de reunião com a presidente Dilma Rousseff para discutir o assunto, e deram pra­zo até hoje para uma resposta.

Eles esperam que o governo coloque em votação ainda este \ ano uma proposta que cria uma alternativa ao fator previdenciá­rio, fórmula usada para calcular as aposentadorias, considerada perversa para os trabalhadores.

A discussão e negociação so­bre o fator previdenciário se ar­rasta desde 2007. Para solucionar o impasse, as centrais se uniram em torno, de uma emenda que cria a chamada Regra 85/95, em que o cálculo da aposentadoria passa a levar em conta a soma da idade com o tempo de contri­buição até chegar a 85 para mu­lheres e 95 para homens. Mas o governo vem sistematicamente bloqueado a votação da matéria no Congresso Nacional.

Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, o governo insis­te com um argumento que não é aceito pelas centrais sindicais - a de que o fim do fator previdenciá­rio e a sua substituição pelo pro­jeto apresentado pela Câmara Federal resultariam no rombo da Previdência.

"Sabemos que esse suposto dé­ficit só existe porque o governo utiliza os recursos da Previdên­cia em outros setores do Orça­mento."

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 17/12/2012 04:16