Título: Vale pode vender controle de braço de logística
Autor: Nacagawa, Fernando ; Guimarães, Fernanda
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2012, Negócios, p. B15

Presidente da mineradora disse, em evento em Londres, que negócio deve ser fechado ainda no primeiro bimestre de 2013

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse ontem que a empresa já admite vender o controle da sua empresa de logística, a Vale Logística Integrada (VLI). Inicialmente, o interesse da mineradora era vender apenas uma fatia de cerca de 30% da subsidiária.

Em entrevista após o evento "Vale Day", em Londres, Ferreira disse que, após negociações com potenciais interessados, a empresa admitiu mudar o projeto inicial. "Já estou trabalhando com a possibilidade de ter 50% do capital e os outros 50%, ou até mais, com potenciais investidores, tal o interesse pela participação nesse sistema logístico."

Ao ser questionado sobre o perfil dos potenciais sócios da Vale na VLI, o executivo disse que "são de diversas origens". "São investidores estratégicos, financeiros. Nós estamos em um processo de refinamento e os bancos de investimento estão trabalhando com a gente", disse, ao completar que o negócio deve ser fechado "ainda no primeiro bimestre" de 2013.

Em novembro, a agência Bloomberg informou que a companhia havia contratado o BTG Pactual e a Merrill Lynch para vender uma fatia na empresa de logística, em um negócio estimado em cerca de US$ 1 bilhão.

Guiné. Ferreira informou também que a empresa continua interessada no projeto de minério de ferro de Simandou, na Guiné. Mas, por enquanto, a companhia prefere esperar a definição de regras pelo governo do país. O executivo frisou, contudo, que o discurso não significa uma cobrança ao governo de Guiné. "Terminamos uma fase 2. Nossa visão é que, neste momento, a tarefa está encerrada e um novo estágio precisa de definições", disse.

O executivo explicou que a Rio Tinto, por exemplo, já tem a definição de como será a questão logística no país, onde serão minoritários. "A Rio Tinto está muito bem definida no futuro projeto na Guiné. Nós ainda não sabemos o que será para o nosso projeto. É uma questão básica, importantíssima", disse. "Não saímos da Guiné", reafirmou Ferreira, frisando também que a Vale não estava fazendo nenhuma pressão sobre o governo local.

A Vale também divulgou uma estimativa de que a companhia deve chegar ao ano de 2015 com participação de mercado de 29% no Brasil. "A Vale já chegou a ter mais de 70% do mercado de minério no Brasil. Por isso, é uma questão importante para nós recuperarmos market share no mercado interno brasileiro", disse Ferreira.