Título: Indústria automotiva da Argentina cai 8% em 2012
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/01/2013, Economia, p. B4

Produção do país teria sido de 760 mil veículos, bem abaixo da estimativa de 900 mil do governo da presidente Kirchner

A Argentina encerrou 2012 com queda de 8% na produção automotiva, segundo fontes da Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina (Adefa) publicados pelo jornal portenho Perfil.

Dessa forma, a produção deste ano teria sido de 760 mil veículos, segundo os dados preliminares. O volume é substancialmente inferior às previsões feitas em janeiro de 2012, quando o setor, entusiasmado, esperava bater o recorde do ano anterior e atingir a marca de 900 mil automóveis. Em 2011, a Argentina produziu 828.771 unidades. Segundo fontes citadas pelo Perfily dezembro teve uma produção de pouco mais de 50 mil veículos. Entre os executivos das montadoras instaladas na Argentina existe a expectativa de recuperação da saúde da economia do Brasil", disse no começo de dezembro ao Estado um executivo de uma montadora europeia em Buenos Aires. "Mais de 85% de nossas exportações vão para o mercado brasileiro. Isso é metade da produção automotiva argentina. Se o Brasil vai mui; to bem, nós vamos bem também", sustentou. "Mas ajudaria ; muito que o governo (da presidente Cristina Kirchner) não co-\ locasse tantas barreiras para a entrada de autopeças do exterior." Além do Brasil, outro fator externo que causa otimismo é a reabertura do mercado mexicano para os veículos da Argentina. O 1 setor também espera que o governo Kirchner implemente políticas de estímulo ao consumo, já que em 2013 enfrentará decisivas eleições parlamentares. Além disso, 2013 será o ano de definição dos parâmetros do novo regime automotivo Brasil-Argentina. Os argentinos, tal como tem feito desde 2000, quando governava o então presidente Fernando De la Rúa, esperam tirar proveito e serem beneficiados pela renovação do acordo. Na época, a negociadora argentina era a secretária de Indústria, Débora Giorgi. Doze anos depois, Giorgi é a ministra da Indústria. Ao longo da última década a indústria automobilística passou por uma série de altos e baixos. O setor oscilou da pior crise econômica da história do país a recordes de vendas e produção. Em 1998, a Argentina atingia a marca recorde de produção de 455 mil veículos. Mas a recessão que iniciou no final daquele ano reduziu a produção. Em 2002, com a economia em colapso, a produção despencou para 94 mil unidades, a pior marca desde 1960. Mas a partir de 2003 o setor reativou-se, transformando-se na locomotiva da i recuperação econômica do país.