Título: Alckmin inicia reforma de secretariado
Autor: Boghossian, Bruno
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/01/2013, Nacional, p. A6

Na semana que vem governador começa a indicar nomes para secretarias ocupadas por interinos e pastas como Agricultura, Justiça e Saúde

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) dará início à refor­ma de seu secretariado na se­mana que vem com o objetivo de reestruturar o governo para sua campanha pela reeleição, em 2014. A primeira alteração deverá ser a nomeação de José Auricchio Júnior (PTB),ex-pre­feito de São Caetano do Sul, para a Secretaria de Esporte.

O tucano pretende mudar o co­mando de pastas de seu governo para acelerar a execução de proje­tos estratégicos e reacomodar os partidos que devem apoiá-lo na próxima eleição. Aliados preveem que o DEM e o PTB serão beneficiados, e que o grupo do PSDB ligado ao ex-governador Jo­sé Serra terá espaço no governo.

A partir da semana que vem, Alckmin preencherá gabinetes que perderam seus titulares nos últimos meses (Desenvolvimen­to Metropolitano, Desenvolvi­mento Econômico e Turismo) e trocará chefes de outras pastas.

A indicação de Auricchio para a Secretaria de Esporte foi articu­lada no fim de 2012 e deve ser formalizadahoje pelo PTB. O ob­jetivo da nomeação do ex-prefei­to de São Caetano do Sul é criar um palanque para Alckmin na região do ABC, onde o governador e seus aliados perderam espaço na última eleição municipal.

Para o Desenvolvimento Me­tropolitano, o governador estuda nomes de ex-prefeitos do PSDB do interior de São Paulo. Um dos cotados é Barjas Negri (Piracica­ba), que representaria a cota de Serrano governo. Também estão na lista Vítor Lippi (Sorocaba), Eduardo Cury (São José dos Cam­pos) e Miguel Haddad (Jundiaí).

Os ex-prefeitos, que deixaram seus cargos em 1.° de janeiro, também estão na lista de candi­datos a outras pastas. Barjas, por exemplo, também é citado como possível secretário de Saúde.

O Desenvolvimento Econômi­co pode ser o destino do atual se­cretário de Desenvolvimento So­cial, Rodrigo Garcia (DEM), em uma tentativa de "promover" seu partido. A pasta também po­de ser devolvida ao PSD do vice-governador Guilherme Afif, em uma tentativa de atrair a sigla pa­ra o campo tucano em 2014. Alckmin demonstrou disposição de manter o PSB na Secreta­ria de Turismo, hoje comandada por Cláudio Valverde. O partido poderá indicar um novo titular para apasta se garantir seu apoio à reeleição do governador.

Entre as outras pastas, as mais cotadas para fazer parte da refor­ma são Agricultura e Justiça.

A primeira poderia ser ocupa­da pelo deputado tucano Duarte Nogueira, mas Alckmin aguarda a definição sobre a sucessão na pre­sidência estadual do PSDB- Duar­te é cotado para o cargo e, nesse caso, não assumiria a secretaria.

Para a pasta da Justiça, o PTB quer indicar o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Cláudio Alvarenga, mas não considera que a nomeação faça parte de sua cota no governo.

A dimensão da reforma depen­derá da disposição deAlckmin de realocar alguns de seus secretá­rios dentro do próprio governo.

Pode haver trocas entre os ocu­pantes das chefias de Desenvolvi­mento Social, Transportes. Habi­tação e Gestão Pública. Esta últi­ma pode passar a compartilhar com a Secretaria de Planejamen­to a função de coordenar projetos e despesas do governo.

Alckmin deu início a uma série de reuniões com seus secretários para cobrar resultados e estabele­cer prioridades para a segunda metade de seu governo, para cons­truir plataformas para a reeleição.

Aécio. Alckmin disse ontem que pretende se reunir ainda es­te mês com o senador mineiro AécioNeves para discutir a candi­datura do PSDB à Presidência da República, em 2014. Líderes do partido defendem que Aécio seja o candidato da sigla, maso gover­nador defende que a decisão só seja tomada no fim de 2013.

"É hora de os pré-candidatos se apresentarem, percorrerem o País, falarem à sociedade, discuti­rem os temas de interesse nacional e convencerem o partido. Não há razão para escolhermos candi­datos dois anos antes", afirmou.