Título: Tombini diz que inflação resiste, mas é declinante
Autor: Amorim, Daniela
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2013, Economia, p. B1

Presidente do Banco Central afirma, por meio de nota, que a meta para o IPCA foi cumprida pelo nono ano consecutivo .

A inflação continuará em níveis elevados por mais alguns meses, mas deverá cair ao longo de 2013 e fechar o ano abaixo dos 5,84% verificados em 2012, de acordo com o presidente do Banco Cen­tral, Alexandre Tombini.

"No curto prazo, a inflação mostra resistência, mas as pers­pectivas indicam retomada da tendência declinante ao longo de 2013", disse Tombini em no­ta, ao comentar o resultado do IPCA divulgado ontem pelo IBGE, no Rio.

O presidente do Banco Cen­tral destacou que a meta de infla­ção foi cumprida pelo nono ano consecutivo, tendo em vista que há uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais em rela­ção ao objetivo de 4,5%. Disse ain­da que, na segunda metade de 2012, foram observadas altas de "preço decorrentes de choques desfavoráveis no segmento de commodities agrícolas, dentre outros fatores".

Apesar de o principal índice de inflação do País ter ficado acima de 4,5% pelo terceiro ano conse­cutivo, o BC avaliou como positi­vo o fato de o IPCA em 2012 ter ficado abaixo do verificado em 2010 e 2011.

Fontes do governo disseram ao Estado que esse recuo, soma­do ao fato de a inflação não ter estourado o teto de 6,5%, mostra que o regime de metas criado em 1999 não foi abandonado.

Na avaliação oficial, utilizar a margem de tolerância para atin­gir esse objetivo está dentro das regrás do jogo. O governo tam­bém considera importante que a inflação do ano passado tenha si­do a 5.a menor nesses 14 anos de regime e lembra que somente em 2006,2007 e 2009 a inflação ficou abaixo de 4,5%.

Previsões. No Relatório Tri­mestral de Inflação divulgado pe­lo BC em dezembro, a previsão era de que o IPCA encerrasse 2012 em 5,7%. Para 2013, está mantida, por enquanto, a estima­tiva de uma taxa de 4,8%, considerando um dólar de R$ 2,05 e a manutenção da taxa básica de ju­ros nos atuais 7,25% ao ano.

A pesquisa do Banco Central com economistas mostra uma estimativa de 549%.

Consulta feita pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, com 20 instituições do mercado financeiro, mostra previsões pa­ra o IPCA entre 4,90% e 6,70%, com mediana de 5,60%.