Título: Conflitos se sucederam ao longo de 2012
Autor: Boghossian, Bruno
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/12/2012, Nacional, p. A9

A divergência entre os projetos políticos do PSDB do governa­dor Geraldo Alckmin e do PSD do vice Guilherme Afif Domin­gos deu origem a episódios que provocaram desconforto no Pa­lácio dos Bandeirantes.

Aliados do governador recla­mam que, este ano, Afif e seu par­tido se engajaram nas campanhas a prefeito de adversários dos can­didatos de Alckmin. Em Ribeirão Preto, o vice apoiava Dárcy Vera (PSD) contra o tucano Duarte Nogueira. Em Campinas, o PSD estava com Mareio Pochmann (PT), que enfrentava Jonas Donizette (PSB), aliado do PSDB.

Já os líderes do PSD critica­ram Alckmin pela falta de empe­nho em captar doações para a mi­lionária campanha de José Serra (PSDB) na capital paulista.

Dias depoís do 1.° turno, quan­do o front tucano projetava um rombo em suas contas, o prefei­to Gilberto Kassab (PSD) pou­sou no heliponto do Palácios dos Bandeirantes para se reunir com o governador e pedir que ele dis­parasse telefonemas a empresá­rios em busca de contribuições financeiras. Aliados de Kassab di­zem que Alckmin não agiu, e que coube ao prefeito levantar recur­sos para pagar a parte mais cara da conta, que incluía os serviços do marqueteiro Luiz González.

Também houve mal-estar na sede do governo em junho, quan­do Afif voou a Brasília para apre­sentar pessoalmente à presiden­te Dilma Rousseff um projeto, elaborado com recursos do go­verno paulista, sobre o desenvol­vimento de parcerias público-privadas -- área que ficou sob responsabilidade do vice-govemador, como espécie de compensa­ção por sua demissão do secreta­riado de Alckmin.

Afif ainda levou bronca, em se­tembro, quando escreveu um arti­go em que criticava a expansão do sistema de transportes sobre tri­lhos no Estado. Alckmin pediu que um secretário desse o recado, apesar de sua residência oficial fi­car a apenas um andar de distân­cia do gabinete do vice. /