Título: Líder do governo deve comandar Assembleia
Autor: Gallo, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/12/2012, Nacional, p. A9

Tido como confiável e discreto, Samuel Moreira desponta como o mais provável sucessor do colega Barros Munhoz

O líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo, de­putado Samuel Moreira (PSDB), desponta como favorito para ser o próximo presidente da Casa. Embora haja, entre os tucanos, quem defenda a recondução do atual presidente, Barros Mu­nhoz (PSDB), ao mesmo tempo que os deputados Celino Cardo­so (PSDB) e Fernando Capez (PSDB) ensaiam candidaturas, o posto deve ficar com Moreira, que tem a preferência do Palácio dos Bandeirantes. Ele sustenta, no entanto, não haver candidatu­ra posta e que a discussão sobre sucessão só ocorrerá na volta ao trabalho, em fevereiro.

Com uma maioria de 66 depu­tados de um total de 94, o gover­no não terá dificuldade para ins­talar novamente um tucano na Presidência. Deve receber mais uma vez o apoio do PT, que, em­bora tenha a maior bancada da Casa, com 24 deputados, não consegue fazer maioria para ele­ger o presidente. Desde 1995, no primeiro governo Mário Covas, os petistas compõem com o PSDB na eleição da Mesa, e fi­cam com a 1a secretaria - que cui­da das Finanças e dos Recursos Humanos do Legislativo. A exce­ção foi em 2005, quando o PT se aliou ao DEM e derrotou o candi­dato tucano, Edson Aparecido, hoje secretário da Casa Civil.

Responsável pela articulação política do governo na Assembleia, Moreira tem perfil discre­to e é um interlocutor de confian­ça do governador Geraldo Alck­min (PSDB). "É normal que o lí­der de governo se torne presiden­te, e tem sido assim na Assembleia", lembra um tucano próxi­mo de Alckmin, para quem dificil­mente Moreira deixará de ser o próximo chefe do Legislativo.

O deputado insiste que a dis­cussão é prematura. "A eleição é só em 15 de março. Vamos discu­tir isso a partir de fevereiro".

Disputa. Há na bancada tucana, sobretudo na ala serrista, quem defenda nova eleição de Barros Munhoz, que já foi reeleito presi­dente. Pela Constituição esta­dual, contudo, ele não pode ser reconduzido em uma mesma le­gislatura, e sua eventual reelei­ção dependeria de uma mudança no texto constitucional, algo con­siderado improvável na Casa.

Haverá ainda uma disputa pe­la 2a secretaria, espécie de pre­feitura da Casa, que cuida de obras, manutenção predial e transportes. O posto vem sendo ocupado pelo DEM, que duran­te muito tempo foi a terceira maior bancada da Assembleia. O partido, porém, vem se enfra­quecendo. Na última eleição da Mesa já não era a terceira força, mas acabou permanecendo à frente do cargo. Hoje, o partido tem o mesmo número de depu­tados que o PV (sete), que também disputa a vaga com base no critério da proporcionalidade.