Título: Produção de carros deve voltar a crescer
Autor: Amorim, Daniela
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2013, Economia, p. B4

A produção de veículos deve apresentar recuperação de 4,5% este ano, depois do fracasso de 2012, quando registrou a primei­ra queda em uma década. O se­tor deve contar com a redução das importações e principalmen­te com atividades mais intensas de fábricas recém-inauguradas.

A previsão da Associação Na­cional dos Fabricantes de Veícu­los Automotores (Anfavea) é de números próximos a 3,5 milhões de veículos. "Com as novas fábricas e os lançamentos de vários de entrada (antes chamados de populares) haverá um reforço na produção", diz Paulo Garbossa, diretor da consultoria ADK.

No último trimestre foram inauguradas as fábricas da Toyota e da Hyundai em São Paulo. Marcas já instaladas estão am­pliando capacidade produtiva.

Pelas contas da Anfavea, 2012 deve ter fechado com produção de 3,36 milhões de veículos, 1,5% a menos que em 2011. O dado se­rá divulgado na segunda-feira.

Até novembro, a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somava 3 mi­lhões de unidades, uma queda de 2,1% na comparação com igual período de 2011. Em novembro, a produção caiu 5,3% ante outubro. Nos dados do IBGE, o seg­mento de veículos automotores inclui autopeças.

O Brasil deve cair para a oitava posição na lista dos maiores fa­bricantes mundiais de veículos.

Nos dois últimos anos ocupou o sétimo lugar. Em vendas, o País é o quarto maior mercado, posi­ção conquistada em 2010 e que deve ser confirmada em 2012, após o recorde de 3,8 milhões de unidades vendidas, com cresci­mento de 4,65% ante 2011.

Segundo Garbossa, as novas fá­bricas e as já instaladas investi­ram em carros compactos, que representam o maior volume de vendas no Brasil. Parte desses modelos vai concorrer com car­ros antes importados. "Veículos recém-lançados nessa faixajá es­tão mostrando que têm fôlego", diz. O Hyundai HB20 foi o séti­mo mais vendido em dezembro e o Chevrolet Onix o oitavo.

Garbossa ressalta que a impor­tação seguirá com dificuldades em razão da sobretaxa de 30 pon­tos porcentuais do IPI e das co­tas estabelecidas para carros do México. A entrada em vigor do Inovar-Auto, programa que estabelece vantagens para os proje­tos locais, também vai colaborar para a recuperação da produção.